"TEM OUTRO JEITO?" E "MINHAS MAIS NOVAS AJUDANTES"

- Como podemos ajudá-lo?

- É o seguinte: Eu faço faculdade e morava em uma pensão. Como não tinha lugar para pendurar as minhas roupas, porque estava frio, chovendo, coloquei um varal onde não podia e me mandaram embora. Então quero entrar com uma ação para anular a rescisão do contrato.

- Não havia um espaço para você pendurar as roupas?

- Havia, mas o espaço era insuficiente.

- E os outros pensionistas?

- Dois tinham um varal deles. Os outros, cada um seu espaço e dia para pendurar. Mas a minha roupa não ia secar.

- Onde você pendurou?

- Aqui (mostra um jardim-garagem).

- E sabia que era proibido?

- Está no contrato. Aqui. Exibe o contrato e a cláusula, que é específica: não é permitido estender as roupas em dias ou locais não destinados a tal mister. Punição: a rescisão contratual.

- Sabia da cláusula antes de montar o novo varal?

- Sabia, mas não tinha outro jeito.

- Por que vocês não montaram um esquema? Como penduravam as roupas?

- Esticadas, ora. Tem outro?

A resposta é: tem. Morando em apartamento e espaços mais apertados, acabei desenvolvendo técnicas para otimizar a secagem de roupas:

1. No lado externo, dois cabides com pregadores, desses redondos, para pendurar meias e peças íntimas. Elas secam separadas das outras, mais rapidamente, e é mais fácil, inclusive, recolhê-las. Outro detalhe importante é que esses cabides estendem a capacidade do varal.

2. Penduro as camisas, camisetas e vestidos em cabides (cabides comuns, de guardar roupas); as calças, em cabides próprios (com pegadores laterais, que suportam maior peso). As camisas ficam paralelas umas às outras, com o espaço de aproximadamente dez centímetros entre elas, perpendiculares ao varal e mais próximas à torneira; as calças, penduro-as no lado oposto, porque são peças mais longas. Os cabides não podem ser de madeira (porque soltariam farpas), nem de metal. Com essa técnica, as roupas secam com maior rapidez e exigem menos do ferro de passar.

3. Tão logo as roupas sequem, o ideal é retirá-las do varal, para que o ar circule e possam secar com maior rapidez as peças ainda úmidas.

Já que o tema é a lavagem de roupas, aproveito para recomendar as "mãozinhas". Há muitos anos, um amigo comprara, nos Estados Unidos, certas bolinhas, que auxiliariam na lavagem de roupas. Achei interessante. Entretanto, o tempo passou e o assunto ficou esquecido.

Quando troquei a lavadora, verifiquei que o prometido bem lavar não existia. Apesar de ser uma máquina moderna, com programação para cada tipo de tecido ou roupa, não funcionava a contento (Verifiquei com amigas que as máquinas de lavar delas também lavavam de forma precária, menos bem do que as máquinas antigas).

Fiquei maquinando e um dia, em uma farmácia pequena, vi um pote enorme, com bolinhas coloridas, cheias de verrugas, do tipo que se usa para exercitar as mãos. Ótimo: seriam minhas mãozinhas! Negociei e levei todo o estoque. Mais tivesse, mais levaria, nem que fosse para dar aos amigos - e amigas.

Chegando em casa, as bolas boiaram, por causa do ar. Fiz, então, dois furos, de aproximadamente um centímetro de diâmetro, para que a água circulasse. A partir daí estão lá, sempre prontas, as minhas mais novas ajudantes: mãozinhas coloridas, no formato de bolinhas.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

Conheça mais. Faça uma visita blogs disponíveis no perfil: artigos e anotações sobre questões de Direito, português, poemas e crônicas ("causos"): http://www.blogger.com/profile/14087164358419572567

Pergunte, comente, questione, critique.

Terei muito prazer em recebê-lo.