Divagando...

Feriado... Feriadão... Ponte.

Começo a sexta-feira com estas palavras na cabeça. Ficam soando como se fossem palavras mágicas. Só mais algumas horas e...Nossa, como preciso disto!

Para me acalmar, envolvo-me nos afazeres do dia. A mesa lotada de papéis não me desanima. Organizo-me. A ansiedade, porém, aumenta. Decido então que, ao invés de ficar contando quanto tempo falta para o tão esperado acontecimento, devo é me concentrar numa atividade de cada vez, assim o feriadão não demora tanto a chegar.

Mas que nada; é só me distrair e já começo a pensar em como vai ser bom. Também pudera! Tenho trabalhado tanto e o sol escaldante e luminoso dos últimos dias promete...

Pareço criança em véspera de festa de aniversário!

Com enorme má-vontade obrigo-me a pensar no trabalho. Mas qual! Meu corpo está sentado diante da escrivaninha entupida de coisas, mas o meu espírito... esse não tem jeito mesmo; já está longe.

Inicio uma tarefa importante cheia de pesquisas maçantes e prazos inadiáveis. Mas, como dar andamento a tudo isso se tenho na cabeça um mundo de coisas muito mais urgentes para solucionar?

Como pesquisar, entrevistar ou relatar qualquer coisa se nem pesquisei ainda o preço do bloqueador solar?

E o biquini!! Meu Deus, esqueci-me de que não tenho o que usar! Bem, melhor não me preocupar com isso agora.

O dia continua ensolarado. Quente. Será uma cilada para o fim de semana? Procuro não pensar nisso.

As horas se arrastam, o calor aumenta e as tarefas a serem concluídas também. Luto para me concentrar, porém o olhar perdido teima em viajar livre.

No meio da tarde o encarregado se aproxima com mais uma pilha de ‘serviços urgentes’ encomendados pelo meu chefe.

Com uma carinha marota, ele vai se chegando e despejando aquele mundo de papéis na minha mesa. Finjo que não é comigo. Quem sabe se não lhes der importância encarregado e papéis não desaparecerão?

De repente, um vento forte dribla as janelas e se esparrama pela sala.

Involuntariamente sorrio e sem me preocupar com mais nada, ali mesmo, quase soterrada pelos papéis me pego sonhando... água de coco na mão, placidamente sentada embaixo do guarda-sol, contemplando um sol imenso e brilhante que se põe no horizonte azul...

texto protegido pela Lei dos Direitos Autorais