Dia de Santos Reis

Naquela noite em que eu morri, ao chegar ao Céu pensei que seria recebido primeiramente pelos anjos que ainda não conhecia. Já ficava imaginando o resplendor de suas vestes celestiais, eu ficava imaginando o coral de vozes angelicais, as flores de cores celestiais, com perfumes celestiais e que eu seria preparado aos poucos para ver nosso Deus amantíssimo, mas antes de chegar eu comecei a ouvir uma folia de Santos Reis; o incrível era que comecei a reconhecer algumas vozes.

A quinta e a sétima voz então era um destaque maravilhoso, a primeira, a segunda, a terceira e a quarta voz eu comecei a reconhecer aos poucos, isto porque eram de pessoas especiais que eu havia conhecido lá na Terra. Pessoas que tinham dificuldade de expressar, mas a sexta voz era um tenor fenomenal, eu não sabia e nem queria acreditar que estes cidadãos tinham vozes celestiais.

A sexta voz reconheci de imediato era o Sr. Chico Duvico, a sétima como esquecer do Sr. Zé Leilão da charrete de leite e depois da creche, os outros quatro só reconheci porque se apresentaram como reconhecer sem antes ver, Pinguito, Trovão, Teteco e Luiz Cacheta. O incrível é que Teteco tocava uma arca paraguaia e não sua sanfona. Foi então que apareceu o dono da quinta voz, um tenor requintado o Sr. Zé Preto o rei representante do Congado, não pude entender o porquê de ele não usar sua coroa, mas trazia nas mãos a sua frente uma esplêndida bandeira contendo nitidamente os três reis magos.

Quando eu estava na Terra sempre me lembrava deles, isto por que eles partiram primeiro, eu ficava pensando se na época destes quatro seres humanos se tivesse APAE em nossa cidade, eles teriam com quem se comunicar e não sofreriam tanto, me perdoem eu havia me esquecido que eles tem Deus pai.