O Retrato de uma Estante Instante

Uma menina.Não me-ni-na:daquelas de gê,á e um tanto de respostas sem perguntas.Pluralidade em perspectiva.Vide semblante em iluminura,gilete de voz nasalmente enrolada (quanta diferença de outrem!).

E a balança.

Desafio à lei da gravidade,desafiável por descrentes à cotidiana.Risca de giz a assuntos secretos.Comum senhora de corte-e-costura envolta em radicais madeixas que nada dizem:senhorita,a priori.Por alegria.

Veja o sol circundando,voluntário michê teatral!O sol ilumina a pintura na parede,qual dos rostos é o mais verdadeiro?

A pueril alegria,os olhos eufóricos de quem ganha atenção já se limitam ao quadro.Mas não a filosofia se vê como chuva que fertiliza até matar a terra afogada.Nasce.

Os tempos diferentes,os encantos bem próximos.Seria Dorian Gray excedido por sua tragédia tão bela?O assassinato incompreensível assusta quando vê-se em sentido.Literatura outra esfera a dar voltas?

Mas não.Suas pinceladas não lhe roubariam a integridade,o físico é descartável.Amaria aquela figura,como uma lembrança de evolução interna que marca as maçãs do rosto.Uma memória,todos os momentos da sabedoria que é capaz de atingir(e somente essa!).Mais nada.

O ruído avisa a hora de dormir e assim desperta.Com um sorriso no rosto,gloriosamente se arruma como quem ganhou uma batalha.Deita tranquila.

Pouco sabia ela,mas nada a temer era necessário:o externo só puxa a superfície.

E de forma atemporal.