Conjecturas de um cristão – Cap. III – Privilégio da intimidade

     Lucius tem o privilégio de almoçar em casa com sua família, apesar do pouco tempo. Meia hora de ida e volta, meia hora para almoçar. Mas ele vai. Sente-se mesmo privilegiado. Esse tempinho faz uma grande diferença no relacionamento com a esposa e com o filho. Lucius, almoçando ao lado deles, tem certeza de que é amado por ambos. Ele os ama também. Como é bom estarem juntos no meio do dia! Dá tempo de curtirem-se um pouco, enquanto preparam a salada. O almoço já foi feito na véspera. Lia é uma mulher virtuosa. Dá conta do recado. Lucius a observa com admiração. Ela é linda, seus olhos brilham quando sorri. Yuri é um filho obediente, mas está na adolescência. Às vezes não consegue controlar os hormônios e fala de maneira mais ríspida, mas logo volta à candura que lhe é peculiar. Fazem uma oração rápida e almoçam à mesa, conversam, combinam alguma coisa para noite. É hora de voltar ao trabalho. Dá um beijo na esposa, ela lhe dá outro sorriso lindo. Abraça o filho, que se agarra em seu pescoço. Desce a rua pensando que, apesar do tempo curto, eles podem aproveitar para ter intimidade com Deus em família. Sabe que está faltando isso. Ele é o cabeça, é o responsável. Lia não se sente totalmente protegida. Yuri faz a leitura diária por mera obrigação e formalidade. Talita está aprendendo na escola. Lucius reconhece que precisa estimular a sua família a se aproximar de Deus. Ele próprio admite que precisa se aproximar mais. Tem certeza de que Deus quer isso.