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DESPOJAMENTOS

 
   
     A neve encobre a relva verdejante, os campos floridos, as montanhas  
gigantescas e os vales, mas assim que a primavera  chega tudo encanta
e alegra os corações e nem por isso o que estava escondido  deixou de existir.

    Quando as nuvens espessas pintam o céu de bruma silenciosa,
ocultam o sol que anseia por despontar, mas sabemos que este ressurgirá
sempre com sua força calor e glória, inundando a terra de vida abundante
na convivência com todos os seres.
    Sempre admiramos a natureza exuberante, despojada de superficialidades
na sua mais perfeita harmonia sem disfarces. Sem nada impedir, todos os
fenômenos naturais acontecem sem interferência direta do homem, mas aliás,
quando este não poupa o ambiente cometendo agressões, a natureza responde
incontestavelmente contra o próprio homem.
    Assim refletindo, podemos, como nossos próprios recursos íntimos
e vontade própria, despojar-nos da roupa que o mundo ajudou a tecer,
interferindo nas nossas atitudes incoerentes e superficiais, longe daquelas
para as quais fomos criados.
    Havemos de convir, que de nada adianta conservar o véu que encobre
a visão de nós mesmos, pois embora o retenhamos, um dia a máscara cairá
e veremos o que realmente somos e do que necessitamos verdadeiramente.
    O manto da simplicidade e da pureza de coração nos proporcionará muito
mais condições de perceber os sentimentos e essência do ser, trazendo-nos
a paz interior que tanto almejamos. 
Assim como a natureza que desponta dia a dia com beleza, serenidade e paz,

dissipando as nuvens cinzentas e a neve, poderemos também dia a dia
tornar essa paz mais real, principalmente pelo convívio com o nosso semelhante.
    Não podemos esquecer que esta paz será vivenciada neste contato diário
aqui mesmo, no nosso grande mundo, como diz a psicografia ditada por

Maria Dolores: “Enquanto cada dia surge e avança, eis que o Céu nos repete,
através da esperança: "Amar e compreender, trabalhar e servir".