(In)Sônia – Nem Tudo Que é doce, faz feliz
Tinha a mania de provocar em si mesma as mais absurdas abstinências. Era assim com suas vontades doces. Se não poderia mais ter, então ela forçava a ausência. Sumia. Desaparecia. Sucumbia. E assim ia provocando no peito, a obrigação de esquecer. A necessidade de se ocupar de outras tantas coisas. Fácil não era, mas volta e meia ela se submetia a essas dores por achar que não vendo, não falando, não sabendo, os sentimentos todos amenizariam. Talvez estivesse certa, mas a outra Sônia que (m)orava dentro dela sabia: como são tolos os pensamentos de quando não se dorme a noite. Como são tristes as noites de quem tem saudades e vontades doces.