A Dança
(texto com possiveis alterações futuras, conforme o ritmo da dança)
I keep dancin' on my own - (Robyn)
Esse dia foi diferente pra Letícia. Sem vaidades, sem preocupações, sem medo. All-star, o mais usado possível; camisa grande, larga, e uma calça jeans confortável. Sozinha, vai ao clube mais perto.
Dali olhou o movimento e sentiu olhares: todos estavam acompanhados, com amigos, amigas, namorados ou namoradas, ela estava com a melhor companhia aliás - ela mesma - mas ninguém nota isso, notava que ela estava sem alguém ao lado....alguém só.
Léti (assim refiro a ela) se hesitou um pouco, mas foi ao fechar um pouco os olhos que mudou de ideia.
Subiu as escadas do ambiente escuro, com luzes dançando junto aquela multidão, e por um momento tudo em sua volta ficou mais lento, mas delicioso, sensual, com aquelas pessoas unidas e pulando conforme a música. Aquela batida frenética começou a tomar conta de seu corpo, e as pessoas sensuais em sua volta foram sumindo, e, conforme sumião, seu corpo tomava conta daquele prazer que sua visão tinha, e que se transferiu pra alma.
Ali não tinha Letícia, nem Léti, nem alguma garota com problemas pessoais, financeiros, ou quaisquer outros.
Era uma alma que necessitava se expressar, sem depender de qualquer esteriótipo, de olhares, de julgamentos.
É uma alma que gritava por viver, por sua identidade.
E nada de ruim poderia abater aquele espírito; poderia cair o mundo, ele estaria ali, firme como nunca, como se fosse de titânio.
E ela se expressou ali, conforme ia até o chão, nos giros, nos passinhos, no balanço dos braços, do corpo que comandava.
Essa alma voltaria a sua rotina, mas quando quisesse se encontrar novamente, sabia o que fazer, sabia como chegar até ao seu eu verdadeiro e sentir o que é viver.