JESUS E A CONGREGAÇÃO

Quando Jesus vai ao templo de Jerusalém e, surpreendentemente, fica indignado com os cambistas e vendedores transformando a “Casa de Oração” em covil de salteadores me dá a impressão de que Ele não era um assíduo frequentador daquela suntuosa catedral da fé. Porem há outras passagens que mostra o Nazareno frequentando as Sinagogas, o que me parece um hábito Seu. Então, deixem-me pensar sobre isso: Se for verdade que Ele não frequentava assiduamente o Templo penso que os rituais, as solenidades liturgicamente carregadas, não era exatamente o que Ele gostava. Não que desaprovasse de todo, mas creio que não era essa a sua preferência. Imagino que Ele gostava mesmo era das Sinagogas. Porque nestas, Ele estaria mais próximo das pessoas. Ali os frequentadores se conheciam, chamavam-se pelo nome, sabiam a que família pertenciam, suas histórias, suas lutas. Ele podia ensiná-las falando e ouvindo, ouvindo e falando, fazendo perguntas e respondendo perguntas. Eram comunidades de fé que se congregavam em locais perto de casa para o ensino/aprendizado, comunhão e solidariedade. Acredito que o Senhor amava os ajuntamentos que ali faziam. Abraçava os velhos, tomava no colo as crianças, conversava com os mais jovens e ainda tirava um tempinho para fazer umas curas e expulsar algum intruso demônio, depois ia para a casa de algum deles e almoçava. Bom demais.

Se você frequenta uma comunidade de fé isso pode e deve ser um ambiente gostoso, parecido com aquele Jesus habitualmente frequentava. Precisamos tomar o gosto da comunhão, do serviço, da solidariedade. Precisamos (re)descobrir o prazer de estarmos juntos e somarmos as forças para nos ajudar mutuamente e ajudar os necessitados. Rituais, liturgias e solenidades, tem seu sentido, mas a vida é mias urgente e prazerosa. O culto só faz sentido com espírito comunitário e solidário, pois as programações se encerram, os cultos terminam, a liturgia tem começo, meio e fim, mas a vida é para sempre.