Dia das Mães

O poeta estava certo ao declarar:"Se eu fosse o rei baixaria um decreto: Mãe está proibida de morrer". Era isso mesmo o que estava faltando. Mãe você não sabe o tamanho da lacuna que ficou com sua partida, você não sabe o tamanho da falta que nos faz... Logo a senhora que vivia pegando no meu pé... "menino vai escovar os dentes, vai p'ra escola, vai dormir... acorda menino...menino faz isso, menino faz aquilo...!" e eu que falava inconformado: aqui em casa é tudo eu, tudo eu, tudo eu... é mãe! eu continuo sendo aquela criança que tropeça nas próprias pernas, que tartamudeia na hora do aperto, que chora com medo de gato, que tem medo do escuro, medo de trovões, medo de alma penada! Por isso mães de todas as raças e de todos os credos, mães cruzmaltinas, rubro-negras, coloradas, mães mal amadas, mães de muitos, de poucos ou sem filhos. Mães nos asilos abandonadas, mães de todas as idades, de todas as cidades, mães hebreias ou palestinas, do sul, do centro, do norte, mães sofridas nordestinas, mães etíopes, mães imigrantes, mães indígenas, mães leoas ou cordeiras, mães de filhos assassinados, mães sargentonas ou maleáveis, mães solteiras, mães dos direitos aviltados, mães de filhos abandonados, mães adotadas, mães tortas, mães guerreira, mães de natimortos, de anencéfalos, mães de primeira ou de última viagem, mães mortas em vida, mães anônimas... e especialmente a mãe dos filhos meus, entrego-as às intercessões da MÃE DO FILHO DE DEUS.