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            A dificuldade em tentar adivinhar a imagem que os outros têm de nós, é imensa. Um dado natural na vida de todos. Mas, em meu caso, isto se torna alarmante. Muito provavelmente, pela diversidade de experiências que acumulei, ao longo da estrada.
            Mudei demais. Mudei tanto, que, por vezes, não me reconheço, em meu passado. Até posso explicar as atitudes, mas não aceitá-las, no estágio evolutivo em que me encontro neste momento. Entendo o que fiz e porque fiz. Entretanto, faria quase tudo diferente, com exceção do palco. Neste, apenas, me soltaria mais e ouviria menos a opinião dos, hoje comprovadamente, caretas...!!!
            Nunca tive o menor pudor, em mudar de opinião, desde que sentisse substância na motivação. Sempre quis ser melhor. Sempre quis melhorar. Sempre soube o que quis. Uma faca de dois gumes... Quando se sabe exatamente o que se quer, fica difícil negociar. Ceder demais, ou indevidamente, ou injustamente, fica improvável. Ou seja, você vai até determinado ponto. Sabe que dali, não adianta passar. Nada vingará.
            As mudanças drásticas que fiz, foram todas para sobreviver, para tentar me manter dentro do que entendo por dignidade.
            Nunca acumulei dinheiro, pelo fato de ele não ser o que me impulsiona. Ao contrário, sempre partilhei, literalmente, tudo. Então, quando a vida me apertava, no sentido de me violentar por causa de uns trocados, eu escorregava por onde dava. Para onde quer que eu visse alguma possibilidade de viver em tranquilidade, sem ter que vender a alma ao sistema, traindo os meus, ou quem quer que seja.
            Tenho que confessar, certo prazer, em não atendê-lo, exatamente por não entendê-lo, muito menos aceitá-lo. Acho o atual sistema: estúpido, repetitivo, injusto, parcial, podre, corrupto, desleal... Semeador de todas as grandes mazelas, que assolam a humanidade. Na verdade, é tudo sempre o mesmo, com roupa diferente, desde a idade da pedra...
            Mas eu, nem sempre fui assim. Cheguei a ser tesoureiro da ag central do Bradesco na cidade de Campinas. Mais burguês que isso, impossível. Atualmente, o último dia que vesti uma calça, foi em 16 de novembro de 2010, para dar o passo mais importante de minha vida poética: vir pra Bahia!! Pousar em Ilhéus e vir de carro aqui para minha amada Itacaré.
            De chefe de serviço a escritor, tudo mudou. Obviamente, isto se reflete na aparência, no jeito de andar, de falar, de se posicionar perante a vida. Este é o motivo de ser tão difícil para mim, acertar como as pessoas me imaginam.
           Amar, atravessou a vida toda comigo. Apenas, e, tão somente!


Continua, em poesia, no link abaixo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/07/de-bancario-poeta-obviamente.html
 
 
 
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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 08/07/2012
Código do texto: T3767209