O começo deste trabalho, no link abaixo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/07/vento-na-floresta.html




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                                  Sem dúvida há uma ligação entre o vento e o meu sensorial. Impressionante como se altera. Algo não identificado se eleva. Tenta se impor, ainda que seja com alguma dor, alguma dissidência... Nada importa. O que vale é a certeza de remover todos os entulhos. Trocar de lugar, remexer em tudo que está estagnado no mundo.
                            Uma melodia bélica, feito um hino! Com tudo que ele possa ter de incisivo. Aquele fator que faz levantar a massa, que contagia e arrepia. Ao mesmo tempo intimida.
                            Ver o vento atuar sobre a floresta, com suas árvores centenárias, rodando as saias, feito baianas assanhadas, empolgadas com o enredo, na avenida. Elas se esquecem do peso e se curvam, em uma espécie de reverência forçada. Fazem o que podem para produzir um espetáculo único. Seu parceiro de cena, é exigente. Está com pressa e é bipolar. É bom não abusar. Melhor mesmo é deixá-lo chacoalhar com os galhos, fazer voar as folhas, alguns frutos. Promover barulhos estruturais nos troncos, é um ingrediente cênico indispensável. Sua ação é indispensável aos processos todos.
                            As conexões eletrônicas entram em pânico, diante de tanta ousadia. Tudo falha, cai, despenca... O jeito é ficar quietinho no colo do escrever, até ele, o vento, se cansar e voltar para o seu refúgio, para sonhar.


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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 10/07/2012
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T3770569