Telhado de vidro e outras coisas...

Em 62 anos de existência, vivemos muitas histórias e tomamos conhecimento de muitas outras, por aí afora. Histórias que os protagonistas, geralmente, preferem deixar sob a poeira do tempo.

Isso me levou novamente, aos ditados populares. Dizem que não devemos cuspir pra cima. O motivo é óbvio. Dizem também, que quem tem telhado de vidro, não deve jogar pedras no telhado do vizinho. Aqui também o motivo é óbvio.

Assim mesmo, é comum encontrarmos, ou ouvirmos, comentários que envolvem terceiros, de forma maldosa e maliciosa, como se as palavras não ferissem. Quando contamos uma “novidade” a um vizinho, este conta a outro, que conta a outro, que conta a outro... Em uma semana, o bairro inteiro está ciente da fofoca.

Na Internet é diferente. O que aqui é publicado, ou em qualquer outro local, torna-se público, no momento mesmo em que postamos nosso comentário, crônica, mensagem, ou seja lá o que for. Escrever em murais virtuais, em sites de relacionamentos, orkut, é expor-se e expor a todos que envolvemos. As fotos que colocamos em álbuns virtuais, passam a ser de domínio público. Os depoimentos, os recados. Não há porque reclamar. Existem as normas, que ninguém lê, mas diz que está de acordo.

A Internet é um instrumento maravilhoso de fazer amigos, bem como de inimigos, se não soubermos dosar devidamente, seu uso. Por isso, cautela e caldo de galinha, fazem muito bem a quem dela fizer uso. Assim como cá fora, é necessário ser ponderado naquilo que falamos, sob o risco de estarmos iniciando um processo de calúnia e difamação. No virtual, valem as mesmas regras.

Assistindo o programa da Hebe Camargo, há muitos anos, quando ainda era sua fã, ela falou algo à uma entrevistada e recebeu de volta uma resposta bastante rude. Hebe arregalou os olhos, ficou quieta durante alguns minutos e, finalmente, escancarou seu sorriso e disse: “ Quem fala o que quer, ouve o que não quer”.

11/02/2007