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Dias de Dilúvios
 
 
                Há dias que são assim: excedem, transbordam. Chegam mesmo a apertar...Sinto-me indefeso, perante esta inundação dos sentidos. Tudo aumenta de tamanho. Infelizmente, nem só o bom. Mas, como eu não suporto mais sofrimento, me concentro na outra polaridade. O enlevo, que tanto me fascina em toda esta estupenda e misteriosa obra. Gosto de reparar no espontâneo, nas reações espontâneas. Aquelas que escapam, na cara dura, por entre os dedos. Às vezes, constrangendo, um pouquinho. Gosto desta rebeldia, acima de nossas chatíssimas convenções.
           Fico atento a tudo que me comove, para tentar identificar, para compartilhar em versos. Sempre penso, que pode haver algum maluco que pode se beneficiar com meus redemoinhos emocionais. Algo tão forte, que se não vigiado, pode fazer tirar o pé do chão. Quando não é esta sua finalidade. Penso que o extraordinário existe para elevar o ordinário. Insisto na imagem da vida em forma de subida. Para mim, isto está bem claro. O ideal é subir sentindo a um só tempo o chão e o céu. Fazendo papel de bambu entre as energias. De preferência, com disposição, carinho e paixão. Mente aberta para o incerto, o imprevisto, o deslumbre de uma emanação que conhecemos muito pouco.
           A percepção atinge níveis inéditos, por vezes, assustadores. Mas, muito mais por serem desconhecidos, do que por oferecerem perigo real. Creio que o mesmo, aconteça com todos. Acontece que meu ofício me privilegiou com a obrigação da atenção. Talvez, o grande salto em minha vida. Reparar no que está querendo ser reparado. Mas, não tem coragem de aparecer. Ou, não há tempo para ser percebido...
           Há dias em que tudo explode em percepção, como se tivesse pressa, em ser identificado e decodificado liricamente. Sensações, por cima de sensações, progressivamente intensas! Imensas! Plenas! Altera-se completamente, a interpretação de tempo e espaço, mas sem delírio. Sem ir a lugar algum. É o mesmo, aumentado pela sensibilidade expandida poeticamente. Holisticamente!
           Em alguns momentos, é-me impossível, não visitar a casa do pranto, com suas gotas emocionadas. Tento ficar apenas, o tempo necessário, para dar vazão ao excesso de sentimento. Afinal, toda esta poesia, altera, irremediavelmente, meu pulso. Enquanto me for possível o direcionamento deste rio lírico, para o oceano infinito dos versos arrebatados, permanecerei assim, acelerado, mas, antes e acima de tudo: apaixonado! 





Continua, em poesia, no link abaixo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/07/dias-de-diluvio-para-vence-la.html




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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 16/07/2012
Código do texto: T3781456