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ACORDAR CEDO

Acordar cedo é um hábito incorporado em minha vida, vindo dos tempos em que eu estudava de manhã e dos tempos em que eu trabalhava fora. Muitas vezes eu não preciso acordar cedo, mas acabo acordando pontualmente à mesma hora, por força do hábito... ah, esse hábito que não me permite mais algumas horas na cama!

Mas, apesar de tudo, acordar cedo tem as suas vantagens. Bem, dizem que os pássaros madrugadores pegam as melhores minhocas! E é verdade. Acordar cedo ajuda o corpo a despertar aos poucos. Sentamos à mesa, tomamos um café da manhã sem pressa, depois dá tempo de uma caminhada, de um banho vivificante... acho que ficamos mais dispostos durante o resto do dia.

Nas raras vezes em que acordo um pouco mais tarde nos finais de semana, geralmente tenho algumas dores de cabeça durante o dia, sinto-me cansada e indisposta, como se tivesse tomado alguma bebida alcoólica na noite anterior. 

Acordar cedo nos permite dar um tempinho no jardim, fazer uma meditação - nem que seja de apenas cinco minutinhos - sentir as energias do dia... e adaptar-nos a elas. E é claro, dá tempo para dar um pulinho na escrivaninha e escrever alguma coisa!

As tarefas do dia são terminadas antecipadamente, o que nos dá um tempo livre no final da tarde ou no comecinho da noite.

Eu simplesmente não consigo ficar muito tempo na cama, após acordar... é claro, dou aquela espreguiçadinha básica, mas se eu tentar passar disso, começo a sentir uma certa ansiedade, pensar no dia que está passando e nas coisas que poderia estar fazendo.

Confesso que, aos domingos pela manhã, quando entro no quarto para pegar alguma coisa e deparo com meu marido dormindo placidamente após as nove, dez horas da manhã, sinto um pouquinho de inveja... mas cada um é diferente.

Bem, mesmo que eu quisesse, realmente, dormir até mais tarde nos finais de semana, chega uma certa hora em que os passarinhos, dando falta de bananas em seus comedouros, começam a bater no vidro da varanda; beija-flores se empoleiram nos galhos do cedro à minha janela e piam repetidamente. Sem contar com a minha cadela, que começam a choramingar, e se eu não atendê-la, sinto-me culpada...

Dizem que à medida que envelhecemos, necessitamos de menos horas de sono. Já posso ver-me daqui a alguns anos, uma velhinha caminhando pelo jardim ainda úmido pelo orvalho da madrugada, agasalhada em seu xale de lã, apreciando o nascer do sol...

 


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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 17/07/2012
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