A valsa.

-Posso ter a honra dessa dança?

E foi assim que encostou de leve seus dedos juntos a minha mão vazia, que passaram a sentir arrepios.

-Uma dança? Só uma? Dançaria a vida com você.

Mas bem...isso não se fala, então sorri como resposta.

Seria estranho ali, em um lugar qualquer, uma valsa.

Mas, sabe quando as pessoas vão sumindo?

Vão ficando transparente, e o que sobra são duas pessoas enamoradas?

Olhos. Olhar tão profundo que imagino ler uma alma.

Risadas bobas, uma palavra engraçada.

Só para abafar a tensão, a vontade de um beijo.

Encosto sua cabeça em meu ombro finalmente, os passos às vezes atrapalhavam, mas era um 'atrapalhado' bonito,

encaixava-se de qualquer forma, certo ou errado.

Encaixava perfeitamente.

-O que vem depois?

-Não sei, continuamos na dança, o que acha?

Bem... é o que mais quero!

Mesmo embaralhada às vezes, era gostoso.

Era ingênuo, sincero.

Inocentes como crianças descobrindo o que te dão mais prazer no mundo.

Sua boca alcançou minha orelha.

-Quero descobrir o mundo com você.

...

Aí nesses momentos não se diz nada, apenas nos olhamos, e entedemos o recado:

Nos queremos, e queremos dançar conforme a música.

Seja rápida, lenta, confusa, gostosa.

Há harmonia entre nós, e isso basta.