MEU PEDAÇO DE UBERABA....

        
          Nesta madrugadinha abri a porta de  entrada para pegar o jornal da manhã, que todos os dias é entregue pontualmente, sendo jogado na garagem, normalmente as cinco horas.Peguei o jornal e sentindo um impulso abri o portão da garagem, que nem carro guarda mais... nosso carro eu dei ao meu ex-genro quando do divórcio, há exatos quinze meses...
           Converso comigo mesma, como de hábito. _Compre um carro novo para você...
            Mas não quero. Não preciso. Não saio muito de casa.
            É, digo a mim mesma:Para que? Tem tudo  que preciso aqui pertinho. Lojas de roupas, de calçados, (para adultos e crianças)Uma drogaria, uma farmacia, lotérica, loja de armarinhos, dois bons super mercados, verdurão, a horta do Lar Espírita, onde se compra alfaces, couves, repolhos, mostardas, enfim todo tipo de folhosas, colhidos na hora, bem fresquinhos, tem duas padarias, sem contar as dos super mercados,mercearia, duas boas costureiras,  tres salões de beleza, uma esteticista, duas academias de ginástica, com natação, danças, que vão do balé a dança do ventre, floricultura, e aos sabados tem a feira livre; tem dois bons colegios, Municipal e Estadual, a  bela Igreja de Nossa Senhora de Fátima, a praça Carlos Gomes, e muito mais coisas como dois restaurantes, sendo um de pratos tipicos do Japão, transporte coletivo com ponto a doze metros de minha casa,e que passa pela rodoviaria, aeroporto, univercidade, e por varios outros bairros, tem pizzaria, churrascaria,e muitas coisas mais. Tudo isso assim bem perto, em no máximo cinco ou seis quarteirões.
            Descendo quatro quarteirões, de um íngreme morro, chego a avenida Leopoldino de Oliveira, imensa avenida que corta a cidade, tendo vários quilometros. Lá estou no centro da cidade...
             Então eu me recordo que quando aqui vim morar, a rua era de terra, pouquissímas casinhas, muitos terrenos vazios, que serviam de pasto para bovinos e equinos da fazenda do Rezendão, que há um quarteirão de onde moro, fechava com cerca de arame farpado a rua, e a cidade alí terminava. Eu morava em ponta de rua...
             Hoje, da imensa fazenda só resta a velha casa da sede.O resto se transformou em tantos e tantos bairros que eu nem conheço...
             Saio do devaneio. Constato um pouco assustada, que vim morar aqui há cinquenta anos atras. 
              Meu Deus, é tempo demais!