Ouço boatos acerca da possível ditadura interna (não como regime, mas em atitudes) que andam rondando por Brasília. As impunidades realmente vem confundindo o eleitorado, nessa época de eleição, tudo parece mais límpido, mais fácil e “resolvível”. Antes de expressar opinião é bom lembrarmos que não só os políticos esquecem do povo, mas o povo em sua maioria esquece é do país, de seu papel, buscando exclusivamente vantagens pessoais em época de campanha e depois não há como cobrar resultados. É uma inércia. Mas vamos comentar um pouco esses conceitos.
O que afinal vem a ser cidadania? Pôr os filhos em escolas particulares e crer não precisar ou não “dar trabalho” ao sistema está longe de bastar. Cidadania para mim é o senso do equilíbrio social, é o encaixe do perfil, é o trabalho der formiguinha do tipo em que cada ação vale o cotidiano do amanhã.
A ditadura empírica que vivenciamos tantas vezes é disfarçada ou vista ludibriadamente pela imposição das diversas cargas conhecidas como a tributária, a fiscal em termos de obrigações acessórias e a falta de respaldos públicos principalmente na rede do SUS, segurança e logística desse país. A soberba da governança desde os princípios da década anterior com suas ditas distribuições sociais e “cotas” de amplas facetas, reflete o impacto de uma sociedade desfrutável, no mínimo, ou manipulável, como dizem muitos. Nenhuma novidade até aqui. Não precisamos de neologismos a descrever os fatos. Se não existia liberdade de expressão, todavia valores eram mantidos, ordem, bom gosto e respeito, também havia. É importante ponderar esses valores. Sobremaneira refletir a história como reflexo de nosso presente. Nossa projeção é democrática, mas nossa memória é curta.
Surgem os velhos questionamentos e clichês: você sabe em quem votou nas eleições passadas ? Qual o papel de um senador, deputado, vereador? Enfim... desafio 10% de entrevistados nas ruas a entoar o hino nacional corretamente até o final. De nada adianta resmungar e seu filho ver uma latinha voando pelo vidro do seu carro, apenas para exemplificar o mínimo.
Nossos valores estão em baixa, como um todo. Em países como a Suécia e Canadá, por exemplo, existe mais de setenta por cento em satisfação no pagamento de impostos e, caso seja recolhido algo a mais, o dinheiro é devolvido quase que de pronto e praticamente em domicílio... veja a diferença. Não espere em recíproca aquilo que teu próprio espelho não te possa dar... flerte com ele de cara limpa. Uma pitada leve de anarquia não faz mal a ninguém, ela faz parte do processo. Não é bagunça, é simplesmente interação. Audiências públicas vazias? Isso é rir de si próprio...
Que nossos quase trinta anos de virada e dezoito do plano real sejam dutos, de fato, do fluxo de nosso futuro e prosperidade. Basta das importações de industrializados e exportações de “in natura”.  Somos auto-suficientes em vários aspectos econômicos. Um único jargão acredito: cada povo tem o governo que merece. Quero ser otimista, contudo só será possível com o romper dos grilhões morais e o resgate de nosso sentimento de cidadania.