O QUE SERÁ SERÁ ,SÓ PARA VOCÊ

Você já foi a Bahia? NÃO?! Então vá meu rei, rainhas ou princesas. Você já passou ferias na "Ilha" ? Não! Que pena...

Os que passaram sabem do que estou falando, não importa em que época de suas vidas. Verões, invernos, primaveras, verão de novo. E não pensem que estou falando de estações climáticas. Tolice minha, quantos de nós não exercitou a sua PMD por lá e aguentamos juntos. Quantos não deram um tempo de si mesmos. Quantos não viveram paixões tórridas, amores e dores de amores. A "Ilha", estava lá, que nem Mohamed Ali, impávida, guardiã da Baia de Todos os Santos, Orixás e Entidades Espirituais. Ecumênica, solidaria, cúmplice, diria até que alcoviteira. Quantos não chegaram com a lancheira escolar abastecida, e quantos não se banquetearam com a merenda escolar da agricultura familiar.

O Universo de vez em quando dá seus pipocos, e eu acho que nos anos 90,91,92 e 93, surgiram super novas, buracos negros engoliram galáxias inteiras, cometas zig zaguearam pelos céus, planetas se alinharam, e o luar não há oh gente oh não, luar como o da "Ilha", que volta e meia fica tonta, não pelo esplendor da estrela Dalva, mas pelo desejo de chegar mais perto, e ser parte da farra, e fica ali paradona, tudo prateando. E a estrela Dalva, ah sacaninha, quantas quantas e quantas vezes insistiu em chegar mais cedo, por lá, trazendo o sol consigo, para nos espreitar.

Ah! Quase ia me esquecendo "Ilha" fica ali pela Ponta da Ilha em Itaparica, se o GPS não consegui te levar lá, informa que é ali do lado da bica do Itororó, onde tantos que foram beber água e não achou, mas que bebeu pelos amores que no Itororó deixou. Um território em que se plantou de quase tudo, e quase tudo cresceu, inclusive as pessoas, cresceu até "garapiá" só que poucos sabiam, viram, menos ainda se atreveram a subir.

Talvez aquele fim de semana, tenha sido um experimento da NASA, testando as teorias da relatividade do tempo. Tão viva a lembrança e a presença daqueles que estavam por lá. Dinha, Painho,Mainha, Dalton, Claus.

Pensando bem não foi a NASA, ela podia até ter produzido o lapso de tempo mas, de maneira alguma poderia ter criado um campo eletromagnético de tamanha magnitude que só #ascoisasquesóacontecemcomigo poderia ter produzido e atraído tanta energia.

Com licença do pleonasmo, muitas coisas aconteceram naquele final de semana prolongado de janeiro de 92. Minha querida amiga professora de Português, falar em fim de semana prolongado no mês de janeiro na terrinha, constitui redundância?

Teve de tudo, churrasco, feijoada, caranguejada, peixada, coisas que só tia Rena e Tetê são capazes de produzir para batalhão. Teve passeio de escuna do meu cumpade Olivieri, teve skate fantástico do meu CHAPÉU de palha, que caiu no mar, enquanto #ocoitadinhodomeumarido me abraçava, e as esposas dos exímios nadadores questionavam se fosse o CHAPÉU delas o marido teria se jogado com aquele ímpeto ao mar? E muito bebum dormindo no final da tarde, emendando com a noite.

Nesta noite, a lua disfarçada de meia aliança mal se via, em troca a "Ilha" estava coberta por um manto de veludo azul intenso salpicado de purpurina, que nem o manto de Nossa Senhora Aparecida, via láctea inteira compareceu, o zodíaco inteiro, as três Marias solteironas, todos conspirando, podíamos escutar seus sussurros.

Aos poucos alguns heróis da resistência foram sendo libertos do domínio de Morféu por Dionísio, Ártemis, Iansã, Xangô, Iemanjá e Tempo. Para aqueles menos experientes no campo das divindades este último é aquele capaz de entender um grande amor e ensinar aos mais afoitos e destemidos, consciente do direito alienável a felicidade, a descer do Pé de Garapiá.

Resgatados os que precisavam ser resgatados, lá pelas nove partimos na caminhonete do #coitadinhodomeumaridobebumnaoresgatado, em direção do privê Sonho Meu atrás de música para dançar. Encontramos e dançamos. Parecia aquela música de Roberto:" hoje eu danço as canções que você fez para mim". Sim o cantor era um predestinado a fazer parte #dascoisasquesoacontecemcomigo. E cantou para nós o repertorio perfeito, as músicas de cada um. Sinatra, Raul, Tom, Vinicius, Dolores, Lupicínio, Maysa, Ataulfo, Cazuzinha, Caetano, soberbo e na última das últimas aquele Fio de Cabelo em homenagem ao #coitadinhodomeumaridobebumnaoresgatado. Estava encerrada a seresta do Privê. Não deu outra, carregamos o cantor e seu violão, no fundo da caminhonete, tinha espaço, tal qual o trenó de Papai Noel, e nesta altura coube a S de G conduzir as renas pelas estradas desertas da "Ilha", enquanto os duendes no fundo, fizeram a mais bela das serenatas, apenas associando a música prelúdio dos nossos futuros (google), estávamos tão envolvidos pela magia que penso não termos errado uma única nota. Ao final fez-se um silêncio pactuado mudamente, só rompido ao chegar em casa. O silêncio era tão denso que poderia ser cortado a navalha, e todos esperaram que eu o fizesse.

Como ainda não tínhamos o terraço coberto acordamos nossa cumade Raquel e retomamos nosso caderninho mental para puxar os nomes de músicas. Mais uma vez a inoportuna Dalva trouxe o sol e desfez a magia, mas Tempo sem que soubéssemos, secretamente preservou o encantamento e as notas daquela melodia vagueiam pelo firmamento, mantendo a ponte entre todos aqueles que passem pala "Ilha". As vezes me pergunto como a música começou e não recordo. A inspiração deve ter sido cósmica, que a relatividade do tempo permitia aos entes superiores saber quão vivos todos permaneceriam uns nos outros. A luz de alguns se apagaram como uma vela protegida que ilumina até o ultimo vestígio de pavio e cera, outros foram apagadas se por um forte vento vindo mar, era só uma vela, mas sua luz iluminou nossas vidas mas que todas as estrelas juntas, e sua luz vagueia pelo firmamento. Se um dia vocês virem um céu de veludo salpicado de purpurina junte-se a nós e assobie a canção.

Nho
Enviado por Nho em 02/08/2012
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