Um País Chamado Medo


Medo é um país enorme, de geografia um tanto atípica, totalmente cercado por uma gigantesca cadeia montanhosa que impede a entrada das massas de ar quente vindas das regiões tropicais. Graças ao enorme volume de água de seus principais rios, o Suores Frios e o Lágrimas de Pavor, o clima é sempre congelante. Os dias são cobertos por nuvens densas, as noites são atormentadas por tempestades e furacões e um nevoeiro renitente embaça a visão de quem quer que se aventure por ali.
Com tal distribuição geográfica, o Medo é um lugar estagnado. Viagens dentro do próprio país são praticamente impossíveis, pois é muito difícil movimentar-se por essas terras, cheias de escarpas, abismos e barreiras naturais.
Com tal quadro, é de se esperar que o Medo seja um país com pouca atratividade para o turismo. Porém, o que se observa é que todos nós, em algum momento de nossas vidas, desembarcamos naquelas paragens, por uma das diversas companhias aéreas que têm rotas regulares para lá. A Novo, a Exploração da Mídia e a Perigo Real são as melhores formas de chegar a Medo, mas há outras como a Baixa Auto-Estima, que só faz vôos para a vila de Medo do Fracasso.
Curioso é que, ao contrário dos outros países, as companhias aéreas que fazem vôos para lá não trazem passageiros de volta. Estes ficam presos a esse local tenebroso e estático, até que consigam embarcar em um dos trens das linhas Amor Próprio, Fé e Esperança. Como o trajeto é muito acidentado, vários passageiros caem pelo caminho, mas quem se agarra bem, é recebido com festa na estação da fronteira, chamada Realização.




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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Geografia do Medo
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