HERANÇA DE VALORES

Fui criado num regime de liberdade com autoridade; de amor com respeito e obediência; de tolerância com disciplina; de diálogo e consideração; de advertência e conselho; de preservação à individualidade, - espaço vital -; de discernimento ao livre arbítrio.

Estes são os princípios que me norteiam os passos. Os lemes em meu lago de incertezas, os laços em meus desafios, os freios a muitos impulsos, o porto e o cais, o pântano, o deserto e o oásis, o eco e o vácuo, os muros e as portas nas ruas da vida que me levam da criação à formação.

Mais que mimado fui amado. Corrigido, fui educado. Cedo aprendi que gestos acompanham passos, e que as palavras são a voz da consciência, nesta habitando a moral. Se de moral pouco entendia, que menor eu era, logo soube do imoral, maior me feito. Esse discernimento que devo a quem me educou é saldo no homem que em mim se formou. O que não é genético é do espírito, penso e me convenço.

Meu pai nunca me conduziu; deixou-se espelhar. Nunca me proibiu; advertiu-me. Jamais me negou; só soube a hora do sim. Um dia viu-me a transformar-me. Pele e pelos, rosto e espinhas, mãos e tornozelos, voz. Falou-me da vez primeira, num papo de homem pra homem. Mais tarde, não foi a emoção da primeira ida à escola ou da primeira Comunhão. Não mais aquela dos primeiros passos ou da primeira palavra balbuciada. Foram lágrimas de um veterano advogado a um jovem bacharel, filho e colega.

Ao rememorar fatos revivo emoções. Vejo e revejo meu pai, avô do meu filho. Meu filho é uma graça compartilhada. Uma abençoada herança. Quero ao meu filho deixar uma herança de valores, como os que aprendi com meu pai. Lembro-me de uma recente entrevista do ator Antônio Banderas, na qual ele declarou haver mostrado à filha dele a realidade do mundo fora do que ela vive, a partir de casa. Pensei no sistema em que fui criado. Olhei pro Banderas, lembrei do meu pai, a quem hoje digo: ensinarei a seu neto a cuidar da herança.
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Aí amigos pais, ouçam isso>


http://www.youtube.com/watch?v=DMlNTD_U-CM

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De Tânia Meneses



PARA GABRIEL


Que mininu lindo é esse de vovó, me diga
Que zoiinho lindinho olhando pra mim
Que boquinha do pai é essa
Que bochechinhas tão rosadinhas
Que cabelo loirinho e tão fininho
E vc é meio calvo como o papai, não é?
A sobrancelha tão loirinha que quase não tem
Sim, diga a vovó alguma coisa, vou ensinar, diga assim: vovó Tânia enjoada, chata
O desenho das orelhinhas deve ser da mamãe e este desenho dos olhos tb não é do papai
A testa é a mesminha do papai
Fale comigo, menino mais lindo do mundo
Ah, pra mim tou vendo a vovó Amália caducando, e o vovô Hermílio fica doidinho
E o titio João, ai, esse fica mais abobado ainda
Vovó, eu mordi a tia Ingrid
Titio Laerte vou morder tb, mas vc, vovó, eu não vou morder
Gabrielzinho, vc é o mais lindo do mundo. Ah, e o Adrian? Ele vai ficar com ciuminho de vc
Psiu, não diga a ele nãoooooooooooooooooooo, Gabriel, não conte q vovó disse isto
E nem conte a Teteu, nem a Eduardo e nem a Guilherme
Esse seu nariz redondinho parece com o de Sylviaaaaaaaaaaaa
Xau, menino lindo, durma nenen, durma que vovozinha já vai, viu?
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Puxa vida, que Maravilha!

Muitíssimo grato, Tânia.
Sínta-se beijada por Gabriel.





 



LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 11/08/2012
Reeditado em 13/08/2012
Código do texto: T3825795
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