NA JANELA

NA JANELA

Elizabeth Fonseca

Que bela paisagem, além da janela

e o sopro do vento a faz balançar!

Milhões, trilhões de folhas agitam faceiras.

Flores da mangueira de um pomar

Se preparam para frutificar sazonadas.

E o leque dos coqueiros tremula pendente no ar,

enquanto a quaresmeira enfeita a janela de lilás.

O pequeno tiê-sangue se equilibra sobre os fios

e os outros passarinhos brincam de pegador sobre o telhado.

E quando vêem seu território ameaçado por uma coruja medrosa,

Mas que aceita seus insultos, o sabiá, o bem-te-vi, o joão-de-barro e

o pardal tiram rasantes sobre sua cabeça para afugentá-la,

resguardando assim, algum ninho de seus filhotes.

Mas ela, quieta, muda, não voa... sabe esperar.

De vez em quando, periquitos e até araras, fazem visita

ao petiscoso coqueiro. É uma verdadeira algazarra!

À tarde ainda brilha sorrindo no perder das horas.

Que paz!... Que bálsamo benfazejo para a alma!

O trabalho se torna leve e gratificante.

O sol empalidece sobre as folhagens

A minha janela logo será fechada,

mas na janela da minha visão, o esplendor,

o colírio cristalino da alma.

E leve, silenciosa, a brisa mansa faz a tarde emudecer.

Os pássaros se aninham nos galhos para dormir.

A cor da noite aparece... eu fecho a janela,

Despedindo da beleza do dia.

Até amanhã!... Boa noite!...

Elizabeth Fonseca
Enviado por Elizabeth Fonseca em 16/02/2007
Código do texto: T382960