Noite de quinze de agosto – Releitura
 

Silenciosamente comemoro esta data covidando a uma releitura do mesmo.
 
Noite de quinze de agosto:
 Um vento frio, vindo do sul, assobia incessantemente e balança as cortinas, transformando o ambiente em palco de um estranho e melancólico bailado.
Meu coração, solidário com a noite, teima em se entristecer. Sentimentos vindos de longe... Trazem lembranças de outra noite de quinze de agosto, quando o amor de dois jovens, recém casados, deixara de ser sonho, para ser humana realidade...
Ao recordar, vislumbro dois jovens de mãos dadas olhando numa mesma direção, como se nada mais houvesse além de um horizonte de luz.
 Este foi o tempo dos sonhos.
 A vida e o amor os uniu, transformando o sonho em uma bela realidade.
 Cinqüenta e dois anos de um caminhar onde não faltaram: sol, chuva, ventania. Elementos primordiais para que se cumprisse, como num poema, as quatro estações da vida: primavera, verão, outono e este nostálgico inverno.
 
Lin Yutang em seu livro “A importância de viver” mostra a vida humana como um poema e diz: ”Ninguém pode dizer que uma vida com infância, virilidade e velhice não seja uma linda orquestração; o dia tem sua manhã, meio-dia e entardecer, e o ano tem suas estações, e é bom que assim seja. Não há bem nem mal na vida, senão o que está bem de acordo com a própria estação. E se assumirmos este critério biológico da vida e tratarmos de viver de acordo com as épocas, ninguém que não seja um tolo ou um idealista impossível há de negar que a vida humana possa ser vivida como um poema”.
 
Não posso deixar de concordar, muito embora sinta o frio deste inverno.
 
Deixando de lado a filosofia: Espero, encolhida, que a noite passe, o inverno termine e novamente renasça a primavera.
Quando ao amanhecer: o sol surge, clareia o céu e aquece a terra; dando-nos força pra continuar.
 
 Entretanto, nuvens teimam em encobrir o sol. Novamente o frio invade meu corpo e minha alma.
Refugio-me dentro de casa, em busca de calor, enquanto lanço ao céu uma prece:
Nuvem, passe rápido e deixe o sol cumprir sua missão de aquecer a terra e a nós seres humanos, frágeis e vulneráveis sonhadores.
 
 
Lisyt
 
Lisyt
Enviado por Lisyt em 15/08/2012
Reeditado em 14/08/2015
Código do texto: T3832501
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