A "MUDERNIDADE"

QUARTA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2010

A "MUDERNIDADE"

Algum intelectual criou um neologismo que aproveito para dar título ao meu presente comentário. Como não sei quem é, peço mil desculpas pelo uso do mesmo e autorização pra fazê-lo, livrando-me (ou tentando me livrar) do respectivo direito autoral: "Muderno" ("mudernidade").

Este termo foi criado com intenção jocosa àqueles que querem ser muito modernos, além da conta, principalmente num país que, ainda, é considerado de terceiro mundo (para alguns otimistas, país em desenvolvimento).

Está nos jornais de hoje uma reportagem sobre o tráfego de aviões no Aeroporto Santos Dumont. A título de informação, este aeroporto foi fundado em 1936. É óbvio que, naquele tempo (ou naquela época), as aeronaves eram menores mas muito mais barulhentas do que são hoje. E pra quem já é, no mínimo, um cinquentão, sabe muito bem que, hoje, essas aeronaves sejam de que tamanho forem, apresentam um nível de ruído muito menor do que àquelas outras do século passado(e estou empregando esses termos, mais como gozação do que outra coisa).

Voces imaginem, daqui mais um pouco, o referido aeroporto estará completando um século desde a sua instalação naquele lugar mas, agora, nesses últimos tempos é que uma parte da população vizinha a ele tenta se manifestar contráriamente à existência do mesmo naquele lugar, bem como ao tráfego aéreo que este provoca durante a movimentação diária das aeronaves em trânsito.

Daí que empreguei o título de "A Mudernidade" a esse meu artigo, atribuindo ao que podemos chamar de chilique dessa gente para a presente situação. Querer, agora, arrumar discussão sobre esse assunto é o que chamaríamos no século passado de "querer arrumar chifre em cabeça de cavalo"

É o que dá, conceder o uso do aparelho celular, que funciona precariamente na maioria das vezes; ter uma banda larga horrível; possuir assinatura de tv a cabo que só dá aborrecimentos; comprar um carro pelo preço de uma pizza; recorrer aos serviços de telemarqueting desrespeitosos, dentre outras modernidades, é ser muito "muderno" para o meu gosto!

*Em tempo: criou-se aqui no Brasil uma idéia de que só temos direitos. As obrigações são secundárias e facultativas.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 16/08/2012
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