QUE PELÉ QUE NADA

É isso mesmo. Recordo-me desse dia como se fora ontem, apesar de transcorridos 40 anos. Nessa época, o Santos de Pelé, no auge de sua performance, não respeitava clube nenhum. Batia e batia com vontade em seus adversários. Alguns eram até humilhados. Porém, como toda regra tem sua exceção, no dia 19 de março de 1.966, o Santos, com todos seus titulares, apresentara-se às 21 hs no Estádio Olímpico Pedro Ludovico em Goiânia para uma partida contra o Goiás Esporte Clube. Estádio lotado, o público estava radiante e com muita expectativa para ver o Pelé jogar. Era assim em toda parte por onde o timaço do Santos se apresentava.

O que se viu foi realmente um grande espetáculo futebolístico. Um jogo disputadíssimo. Quem lá fora para aplaudir as jogadas diabólicas de Pelé, acabou-se frustrando, pois quem estava recebendo aplausos era um outro jogador, o Pacuzinho, atleta do Goiás e marcador implacável de Pelé. O famoso atacante do Santos e Seleção Brasileira não conseguira fazer nada nessa partida, pois seu marcador, o Pacuzinho, não o deixava tocar na bola, interceptando-o em todas as jogadas. Considerando essa particularidade, até que o placar final fora dilatado, pois, esse memorável jogo encerrara-se com o placar de Santos 3 X Goiás 3. Para o Santos que tinha em suas fileiras, jogadores como Zito, Mengalvio, Amauri, Doval, Lima, Zé Carlos, Pelé, Edu e etc., o resultado fora considerado decepcionante, principalmente por que esse time só ganhava de goleada e segundo a crítica especializada da época, o Santos só não ganhou por que seu principal atacante e goleador do time, o Pelé, fora devidamente anulado pelo craque do Goiás, Pacuzinho, descendente também, como o próprio Pelé, de afro-brasileiros, um desconhecido, egresso do futebol do triângulo Mineiro, precisamente da cidade de Araguari-MG., onde, algum tempo atrás, fizera dupla no meio campo com seu irmão o Pacu. Afinal, quem dissera que peixe de água doce não encarava peixe do mar?