Enquanto os pássaros volitam ...

Eu sou um prisioneiro. Nós o somos, como aves engaioladas. Por que, se não matamos, não roubamos, tampouco praticamos a corrupção? Aprisionamos a nós mesmos!

Gostaríamos de ser livres igualmente aos pássaros silvestres, mas não conseguimos ainda alcançar o patamar de liberdade plena. Vivemos acorrentados, alguns pela vaidade, desamor, intolerância, falta de caráter e outros atados por intermédio do ódio, da injúria, da falácia e da ganância.

Quantas vezes nos omitimos, deixando de pronunciar uma palavra de conforto e, em contrapartida, blasfemamos algo abominável, matando a esperança daquele que de nós aguardava um apoio ou estímulo, mesmo que fosse efêmero.

Na condição de seres humanos somos plausíveis de erros, porém o egoísmo não nos permite criar condições factíveis e que, por certo, ajudariam a quem precisa de nosso amparo.

Somente alcançaremos o estágio da bondade, libertos de preconceitos, quando conscientizarmo-nos de que somos todos iguais, independentes de cor, raça e posição social. Caso oposto, continuaremos presos aos nossos defeitos.

Enquanto nos martirizamos, resta apenas admirar o vôo das aves, libertas e desprovidas de maus sentimentos, na expectativa de que no futuro possamos , pelo menos, tentar imitá-las!

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 16/02/2007
Reeditado em 13/03/2007
Código do texto: T383424