PEQUENA VIAGEM

Pequena viagem

Finas e prateadas comadas de nuvens contrastam com o brilhante sol a clarear o sertão cearense. Temperatura agradável, apesar da sequidão que assola aquelas paragens!

As margens da rodovia que serpenteia entre os carnaubais e as pequenas e médias propriedades, as árvores, embora sem nenhuma folha verde, parecem sorrir, preparando-se para eclodirem numa extasiante e significativa mudança.

O sertanejo, este bravo e forte homem, sorri e novas esperanças borbulham de seu coração, de sua alma como fonte cristalina e pura. Seus olhos brilham, novos projetos e novas esperanças brotam como por magia nos sonhos que pululam de seu imaginário. Estes bravos não se rendem, às vezes recuam, mas para cada recuo há centenas de avanços.

O advento das chuvas basta para que cada sertanejo sonhe com fartura e se deleite com o verde que automaticamente se espalha pelo sertão afora, transformando como por magia aquelas plagas.

A floresta, ou melhor, o que restou dela, pois as insistentes e persistentes queimadas e a falta de chuvas têm cooperado para o empobrecimento do solo e consequentemente com a desertificação do sertão nordestino e leva o homem do campo a abandonar o seu torrão.

As poucas famílias que persistem, sofrem com o efeito devastador da seca e com a constante falta de água...

João Correia
Enviado por João Correia em 20/08/2012
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