Amor, a Cena Poética





O Apóstolo Paulo fala sobre o amor em sua Primeira Carta aos Corintios (Cap.13; v.1 e 2): “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor as minhas palavras não teriam sentido... Poderia ter o dom de anunciar mensagens, ter todo o conhecimento... e ter a fé necessária para mover montanhas; mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.”

Através desse sentimento sonhamos, esperamos, acreditamos, erramos e acertamos, transformando o outro (homem e natureza) e a nós mesmos... Esse “pulsar” é vida. Está gravado em nossa memória poética a espera do alvo, objeto de sua manifestação.

Ruben Alves fala que “nosso corpo padece desta doença: O amor.” Platão, Nietzsche, Freud e outros pensadores sabiam que o limite do amor não é a pele. Ele contém o universo inteiro. Por essa via Pablo Neruda transita e diz “... Sou onívoro de sentimentos, de seres... Comeria toda a terra... Beberia todo o mar...”

Amar é ser cada vez mais, voraz e selvagemente mais... Ser grato e ser fiel. Ter profundidade no olhar espelhando a alma de quem olha e de quem ver... Amar é amor-operante. Alimentar parcerias, trocas e... Entregas. Amar é vivenciar conflitos, partilhar conquistas. Comemorar o encontro... Muitos encontros e... Solidarizar-se nas perdas...

Amar é perseguir insone e profusamente... Sonhos. Muitos sonhos... E a cada realização realimentar a alma desejante. Alma colecionadora de sonhos (desejos latentes), prontos para reacender infinitamente a nossa capacidade de amar...

A prática de amar é um eterno compartilhar... Esta nuance do amor faz com que a nossa gratidão, alcance familiares, amigos, colegas de trabalho espalhando-se de forma contagiosa por toda a humanidade... Por todos os seres... Divinalmente acaba alcançando... Deus! 

Quando se trata de amar, gratidão é palavra-chave, dedicação é co-irmã alvo da sensibilidade que é luz, onda curta... Muito curta, ou seja, de infinito alcance, com infinitas possibilidades de reflexão, difusão, refração... Mas o que seria de todas essas ondas sem espaço para sua propagação...

A cada momento as carícias entre os seres possibilitam essa difusão, esta por sua vez, promove mais e mais encontros... Desencontros... É... O sim e o não... O talvez... São incentivos para emoções derivadas, estímulos para novas realizações... Revivendo, ou tornando possível alcançar a “bela cena sonhada”.

Portanto, enquanto houver amor, haverá paixão e cada evento último apoiará novos sonhos, novas vontades, novos desejos os quais tornarão possível outros trabalhos, outras conquistas... Isto nos faz viver apaixonados, pois como lembra Adélia Prado: “Erótica é a alma”.


 

Ibernise.
Indiara (Goiás/bRasil), 17FEV2007.

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Ibernise
Enviado por Ibernise em 17/02/2007
Reeditado em 23/08/2013
Código do texto: T384842
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