Faça o que eu falo, não faça o que faço!!!!!

Aprendi desde cedo que ‘devemos fazer o bem, sem olhar a quem...’.

Com o passar dos anos, fui tentando compartilhar esta filosofia de vida com todos aqueles com os quais convivia e, obviamente, só pude aquilatar se houve ou não aquiescência ao promulgado em ocasiões que pude considerar como raras.

No entanto, exemplos que denotavam contraponto à ‘filosofia difundida’ pude vivenciar e tomar conhecimento ‘aos monte’...

Como primeiro e totalmente irregular, sob minha ótica, exemplo da quebra do dogma apregoado tive o seguinte depoimento de um festajadíssimo doutor, mestre em cardiologia, especializado como anestesialogista que, em conversa informal que girava acerca de socorro às pessoas abandonadas à própria sorte nas vias públicas e que aparentam sintomas de urgente necessidade de socorro. De forma enfática, o acima aludido doutor afiançou com todas a letras: “Seu eu passar em local onde haja um indigente caído, mesmo que possa detectar visualmente nele necessidade de um urgente atendimento sob pena de um possível óbito, não pararei para prestar atendimento. Imagina se eu vou me expor, com possibilidade de contrair alguma bactéria ou coisa parecida...”.

Observei detidamente toda a pompa e ostentação com a qual o doutor proferiu tais palavras e não me furtei em pensamento comparar:

--- No juramento, mãos estendidas, os novos doutores em formação

prometem ética e dedicação no cumprimento das funções inerentes

à nobre missão humanitária que resolveram abraçar, tratando com

esmero, cuidado, sem qualquer distinção a saúde de seus

semelhantes. Fica a pergunta que não quer calar: Socorrer alguém,

caído em via pública, não estaria inserido no juramento que foi

proferido?

E outras demonstrações do tipo, não necessariamente na área da saúde, foram se apresentando ao longo de minha vida, como por exemplo casos de operadores do direito que convencem clientes humildes a assinar procurações que lhe dão poderes totais e que recebem o valor devido ao cliente, entregam-lhe, quando muito, 1/3 do que lhes era devido e embolsam o restante, ainda cobrando seus honorários sobre os 1/3 que entregou ao legítimo dono do retorno... E nesta área também, perfilados, braços estendidos, há um juramento solene do cumprimento da ética, da moral, da lisura no cumprimento de sua missão de defender os direitos dos usurpados!

O fiel cumprimento das atividades inerentes às funções em cada área tem sofrido um baque tremendo na esfera social que, via de regra, somos obrigados tecer alguns ‘rasgados’ elogios àqueles que, pura e simplesmente cumprem obrigações para as quais tem formação e/ou são remunerados, em virtude da proliferação dos maus atendimentos em setores cujos profissionais alocados não cumprem com as regras mais elementares de ética, educação, comprometimento, responsabilidade e, no caso de graduados, apego ao juramento, do bom exercer de suas funções, que fizeram!

Quiçá fosse sempre válido o dogma ‘alicerçado’ por VOLTAIRE, solidarizando-se no mais alto grau com a obediência e respeito aos direitos alheios: “Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres”

HICS
Enviado por HICS em 28/08/2012
Código do texto: T3854019
Classificação de conteúdo: seguro