MUDAR PARA QUÊ?

SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MAIO DE 2011

MUDAR PARA QUE?

Há uma discussão nesses últimos dias no meio acadêmico, ou entre os professores, não sei bem dizer, sobre modificações no idioma português, envolvendo o que chamam de norma culta e norma popular.

Querem admitir o uso de expressões erradas como sendo uma coisa muito normal nesses nossos tempos. Eu, particularmente, não gosto nem do uso do termo "a gente". Até mesmo se for usado numa conversa informal entre as pessoas. Isso me leva a pensar que, hoje, são poucas as pessoas que sabem usar a conjugação dos verbos em suas conversas, bem como aplicar o tempo certo nas mesmas. Daí que buscam um caminho mais fácil para suas vidas, no que tange à educação escolar.

Sempre foi dito que a nossa língua é muito complexa e de difícil aprendizado. Principalmente para os estrangeiros que se arriscam a aprendê-lo. Todos devem se lembrar que há uns duzentos anos atrás, o nosso linguajar era muito rebuscado. Quem já teve a oportunidade de ler nossos grandes autores daquele período, sabe muito bem as terminologias e o tipo de vocabulário que era praticado nessa época.

Até hoje em nossos dias, há uma dificuldade muito grande em se entender a letra do nosso Hino Nacional. Daí que isto serve como exemplo para demonstrar o quanto era apurada a prática do nosso idioma naqueles tempos. Mas com o passar desses tempos, as práticas verbais foram se alterando e, como sabemos, muita coisa mudou no nosso vocabulário. E nem me refiro às práticas do que chamamos de gírias. Apesar que isso também é um fator muito forte na mudança de qualquer língua no mundo inteiro.

Um outro fato que chama-me à atenção é que todos nós, lá pelos tempos do ginásio, aprendemos que a nossa língua, o Português, é derivada do Latim Vulgar. Assim sendo, penso que daqui há trinta ou cinquenta anos, com a aceitação dessas alterações em nossa língua, hoje, as pessoas também dirão que a nova língua que se instituir no futuro nada mais será do que alguma coisa vulgar do Português que se praticava em nossos tempos.

Mas tudo isso eu entendo como desvalorização da capacidade humana. As pessoas de hoje podem até se achar muito avançadas só porque dominam as máquinas que aí estão ao dispor de todos (e já escrevi sobre isso há tempos atrás). Mas a verdade é bem outra: A máquina já dominou o mundo e as pessoas que vivem nele, só não vê quem não quer. E talvez seja por isso que o ser humano já não tenha condição plena de viver como antes, dependendo só de si. Então, anda buscando facilidades, bem como correndo das responsabilidades que existiam em tempos passados.

Mas esquece de um fato: A existência humana no Planeta Terra só depende do modo como as pessoas vivam nele. Se exagerar na fuga às responsabilidades, porá, com certeza, fim ao Planeta e, por conseguinte, à própria espécie. Então o negócio é o seguinte: resistir ao que está se desenvolvendo aí e que chamamos de "politicamente correto". Temos é que continuar corretos, sempre, agindo com dignidade entre nós e desconsiderando toda e qualquer intenção equivocada de mudar o que está certo já há milhares de anos para atender aos inaptos e ineptos e, porque não dizer, aos incapazes.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 03/09/2012
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