Um dedo de prosa

Os dedos são grande atrativo desde a Idade da Pedra até a era digital. Montanha recebe nome de o Dedo de Deus no Rio de Janeiro. Na tela A Criação Miguel Ângelo imortalizou a imagem do dedo indicador de Adão recebendo vida diretamente do dedo de Deus.
Ternura sem igual é observada quando dedinhos de um frágil recém-nascido envolvem o dedo forte do pai. Nos conto infantis, um menino miudinho recebe o nome de Pequeno Polegar, mostrando depois grande inteligência salva a família de ser devorada por um gigante; noutra história de crianças um magro João, perdido na floresta com sua irmã Maria, mostra o dedo como teste para servir de banquete para a bruxa.
Corte um dedo do meu cabelo, pede a mulher ao cabeleireiro. Só dois dedos de vinho, autoriza o convidado. Coube ao anelar da mão direita demonstrar promessa de compromisso, a se confirmar pelo anelar da mão esquerda. Dedos que pertencem a mãos macias exibem unhas pintadas.
Dedos calejados denotam muitas vezes atividade que exige força manual. Já as bordadeiras, protegiam as extremidades dos dedos com dedal, que também servia de medida para miçangas e contas para colares, bolsas e outros utensílios femininos.
Quem não lembra com pesar do dedo duro, delator de quem lhe confessou ideais durante da ditadura militar? Sem nos esquecermos do dedo em riste, que aponta verdades diretamente para a face de seu oponente. Por falar em oponente, o polegar opositor, marcante na evolução humana, logo estará superado pelo uso incessante de teclados minúsculos, que exige apêndices ultrafinos para teclar. E não é que meu editor de texto reconheceu o verbo teclar?! Eu teclo, tu teclas, nós teclamos...