Arquitetura da transbordação

No mês de junho a zona norte de Londrina deu um adeus, ou melhor, um até logo ao magnífico capim, sim, isso mesmo, o capim que estava ali há meses se foi. Mas como vocês sabem, a saudade é tanta que ainda encontramos alguns perdidos por aí e a certeza de que mais outros aparecerão... Vamos pensar o quê? Ah! Nem dá tempo para isso, pois não demorando muito, chove chuva, chove sem parar e Londrina começa a chorar.

Um choro pela vida com direito ao som de gotas sem fim. A barragem do Lago Igapó mana água que nem um chafariz, de forma natural e com elegância, permitindo uma visão espetacular. Toda essa maravilha foi produzida pelo forte fluxo da chuva vindos dos ribeirões e galerias pluviais em torno da cidade, sendo a maior cheia que tivemos até hoje.

Os bueiros limpos e em pleno uso facilitaram ainda mais o acúmulo de água no trânsito e diante a face do lago, não obstante, possibilitaram uma cena inesquecível da água vazada pela barragem cobrindo a área de lazer, as pistas de caminhadas chegando até as de rolamento. E as casas? Algumas delas visitadas pela carinhosa água límpida da perfeita drenagem do Ribeirão Cambezinho.

E por que torcer para não chover? Essa chuva de amor intenso, embora moderada com muita velocidade, nos trouxe o lago mais próximo de nós, das calçadas, dos jardins, das ruas, dos lares... assim rios de lágrimas de paixão correram entre as nossas ruas e avenidas, deixando uma admirável lama para compor o nosso belo jardim.

Por fim, sentados aguardamos com pipoca e refrigerante ao próximo show natural da nossa querida Londrina, com a consciência de que os créditos do espetáculo são apenas da nossa mãe natureza.