Um dia nos apaixonamos. Na verdade, sem programação, sem sabermos por que. Nem sempre o objeto de nosso amor é o programado. Mas, acontece... E acontece tão espontâneamente que mal notamos as diferenças, tão nítidas, acontecidas em nós. Mas, se nos observarmos melhor notaremos um brilho a mais no olhar, uma vontade de compartilhar com todos a boa nova, descobrimos as cores mais acentuadas como se a mãe natureza fosse nossa cúmplice e tivesse retocado tudo para nos saudar. Passamos a sentir o cheiro do outro mesmo a quilômetros de distância como se nosso faro tivesse se aguçado, uma vontade de viver  até as últimas consequencias como se essa fosse nossa última chance de amar, experimentamos um acordar antes do amanhecer, uma insônia desmedida, um calor exagerado ao simples pensamento de um futuro de amanheceres de luz.
        Esquecemos a derradeira dor e a sepultamos para que haja um rebrotação. Só então estaremos prontos para o amor. Abrimos nosso coração e nossa alma para que a luz nos invada, nos esquente trazendo o renascimento em forma de amor..
    Acredite: É o virus do amor que nos acometeu desmentindo mais uma vez que ele só acontece uma vez na vida. Imagine... Se todas as flores fossem iguais, se tivessem o mesmo formato, o mesmo perfume, a mesma cor...É na diferença que reside a beleza, é na variedade que descobrimos que todas são flores. Umas mais belas, outras nem tanto, mas flores. O amor é assim. Nem sempre igual, mas não menos belo. A intensidade pode oscilar, o desejo pode variar, o tempo breve, mas continuará um sentimento maior. Um sentimento que enobrece quem dele é acometido. Como se ele fosse a divinização do ser humano. À medida que nos apaixonamos nos aproximamos da perfeição. Escalamos mais um degrau para a lapidação da alma.
    E pensar que muitos passam pela vida sem descobrir, sem vivenciar esse momento de descobertas, de novas emoções, de renovação de vida, talvez simplesmente por não ter tido olhos para as coisas puras da vida, como o encontro de dois seres humanos que buscam não apenas um encontro de corpos, mas fundamentalmente um entrelaçamento de almas.