O pai da minha filha

Vocês podem achar que estou dando muita importância a esse sujeito. Talvez pensem que eu ainda o amo, que penso em formarmos uma família, coisa e tal. Não vou ser hipócrita, enquanto havia algum sentimento eu pensei SIM. Queria a FOTO da minha legítima família. Mas, isso não foi possível e já estou muito bem resolvida quanto a isso (juro!)

Nós somos pessoas muito diferentes, o que não faz dele um cara mau ou um cara incrível (o que serve para mim também), mas faz com que eu exercite muito a minha paciência para termos uma convivência amena.

No início da gestação, algumas pessoas me sugeriram que não contasse a ele, afinal estávamos terminando o relacionamento quando me descobri grávida, mas não achei justo nem com ele, nem com o bebê. São direitos de outrem e não meus, são duas outras vidas que se entrelaçam com a minha, mas não me pertencem.

Durante a gestação ele pouco participou (me fazendo acreditar que ele era um leve cretino, e às vezes, um tremendo babaca), no final ele já participou mais..., me levava às consultas (com alguma resistência, mas eu estava tão pesada, morando no interior e sem dirigir....que ele cedeu), mas jamais entrou numa ultrasson e só entrou na penúltima consulta médica para fazer algumas perguntas práticas ao obstetra que realizaria o parto.

Considerações quanto ao Sr. Pai: ele não me mimou, não passou a mão na minha barriga, não chorou comigo ao ouvir os primeiros batimentos cardíacos ou o sexo do bebê. Mesmo assim, como ele havia me pedido fiz questão de que ele fosse o primeiro a saber que seria o pai de uma menininha. (acho que esse fato despertou algo de positivo nele)

Ele fez questão de entrar na sala de parto, (mesmo sofrendo de síndrome do avental branco) eu não queria, pois achei que durante longos nove meses tínhamos sido só nós duas e porque aquele precioso momento deveria dividir com o “pai do ano” num momento Kodak?

Ele foi enfático, e eu cedi (mais uma vez), porque ele teve seus pontos positivos comigo. Primeiro, não questionou a paternidade da minha nenê (assim penso eu) o que me livrou do stress do DNA e da minha filha não ter o nome do pai no registro (não que para mim fosse problema, mas penso que para ELA será algo de grande valor), outra coisa que contou a favor dele foi que me lembrei de um dia extremamente difícil e angustiante (como tantos outros que passei na gestação) que não aguentei, sucumbi e liguei para que ele me fizesse companhia, ele riu a princípio (talvez porque more só há um tempão e não menstrue e nem engravide), mas prontamente me apanhou, comprou pizza e me viu e ouviu chorar sem fazer críticas ou julgamentos.

Ele é um cara difícil? É. Eu acho e muito, (mas quem disse que sou fácil?), mas um dia me apaixonei por ele, não é? Então, algo de bom tem ali e eu vejo que a cada dia que passa ele se afeiçoa mais e mais à nossa pequena. Portanto,farei o possível para ser uma facilitadora dessa relação que eles construirão juntos. Sinceramente desejo que ele seja amável, paciente, zeloso e generoso com ela e que ela retribua todo o amor e carinho que ele merecer.

Thais R Lima
Enviado por Thais R Lima em 12/09/2012
Código do texto: T3878914
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