A Pescaria

Eu andava precisando fazer alguns exames para verificar,a minha máquina, é como o meu geriatra se refere ao Organismo Humano.Diz que é uma maquina que tem de ser revisada para não adoecer e consequentemente "parar".

Vai hoje,vai amnhã e foi numa bela manhã ensolarada que saí de casa,para ir ao meu médico.

Fui para o ponto do ônibus levando além de minha bolsa,outra com os vários exames anteriores.

O onibus não demorou muito a passar,ainda dava para escolher lugar para sentar.

E dois ou três pontos à frente já estava quase lotado tendo uns dois ligares vagos.

E justamente esses dois lugares no próximo ponto foi ocupado por uma senhora de uns setenta e poucos anos e sua neta de mais ou menos sete ou oito anos.

A neta meio magricela passou por baixo da roleta deixando o trocador sem saber o que fazer pois, quase que ela ficou entalada,graças a ajuda de passageiros conseguiu passar.

A pobre avó só sabia zangar com a neta, e virou um gritaria.

A neta conseguiu lugar para ela e para a vó sentou-se

eequanto a avó na roleta era obrigada a pagar a passagem da neta peralta.

__Mas, ela passou por baixo da roleta e eu não vou pagar!

Falava a avó

__Problema vó! passou por debaixo porque quis, e a senhora se não quiser pagar dê a volta e entre pela porta da frente;

Aqui em minha cidade ainda se entra pela porta de trás,

Quando tudo parecia resolvido a pobre senhora dando a volta, e a neta gritando:

__Vó marquei lugar aqui! senta aqui!

E avó respondendo:

__Fica quieta ai menina!

Finalmente a senhora conseguiu se acomodar na poltrona paralela a dela.

conseguimos enfim reiniciar nossa viajem.

De repente a neta olha para a avó e grita assustando o demais passageiros.

__Vó ele vai sair.

No que a vó dá um berro com a neta:

__Vai sair o que?

___O peixe vó

A senhora trazia embrulhado num pacote de papel alguns peixes que com certeza comprou em alguma peixaria ou ganhou no lugar de onde estava vindo,pois de pescaria ela não vinha não.

E foi um reboliço entre neta que não sossegava ,passageiros tentando dar um jeito para que os peixes não pulassem do pacote.

O trocador berrando.

--Vamos dar um tempo ai!

O motorista lá na frente super curioso esticando os olhos pelo espelho retrovisor para ver o que acontecia de fato.

E lá íamos nós,sem saber qual seria o final daquela viajem.

Meu coração acelerando,todos reclamando da velha e da neta pelo tumulto que estavam arrumando.

Acirram-se os animos

E eis que de repente:

Os peixes escorregaram do colo da pobre senhora,e todos numa só gozação pediam uma vara de pescar.

Um rapaz bem sarado gritou:

__ Se eu pegar não vou devolver.

O motorista resolveu virar o pescoço para trás de tanta curiosidade, dando uma freada brusca e pápppppppppppp, bateu com frente do onibus em uma àrvore.

Felizmente ninguém se machucou gravemente só o rapaz que estava esparramado no corredor do ônibus tentando pescar foi quem levou uma pancada na cabeça misturando sangue com a sujeira preta do veículo.

Enfim mais uma vez não fui à minha consulta pois todos fomos parar na delegacia para prestar depoimentos.

E os peixes? cadê os peixes sinceramente não sei.

Cada um que ler essa crônica resolva por si mesmo, quem levou os peixes.

Aline Sierra
Enviado por Aline Sierra em 21/02/2007
Código do texto: T388300