UM NOVO SESSENTÃO NO PEDAÇO

SEXTA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2012

UM NOVO SESSENTÃO NO PEDAÇO.

Hoje é um dia especial em minha vida.

A partir desta data sou, verdadeiramente, um sessentão. E seja lá o que for o que queira dizer isso, estou me sentindo leve. Estou enquadrado no Estatuto do Idoso.

Sendo assim, terei alguns privilégios. Já não terei que encarar as filas extensas. seja lá onde for.

É claro que eu penso que isso seja até um grande absurdo. Um país que precisa de lei específica para proteger idosos, crianças e mulheres, não pode ser considerado um país sério. Mas deixa isso tudo prá lá. O Importante é que eu, agora, estou na faixa dos idosos.

" O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."

Mas tudo isso não deixa de ter uma certa graça. Penso que aconteça com todos aqueles que alcançam essa mesma condição. Na minha mente tenho agido como se tivesse, no máximo, uns 35 anos de idade. Não sinto o peso da idade, por enquanto, pelo menos no plano geral dessa minha existência. Mas tomando cuidado para não exagerar. Sei que não posso fazer certas coisas que já não combinam com essa minha nova idade.

Mas, como os tempos são outros, muitas coisas que o pessoal dessa idade não fazia há tempos atras, hoje a maioria de nós, sessentão, faz sem nenhum constrangimento, Mas duas coisas não abandonarei de jeito nenhum: a primeira delas é curtir os meus sons; a segunda, é continuar andando de motocicleta por esse mundão aí. E até na vestimenta busco usar roupas atuais, mas sem exagero. Uma bermudinha, um tênis e uma camisa gola polo, cai bem, com certeza e não chama à atenção de ninguém.

Uma coisa que tenho usado com certa frequência é o chapéu. Tenho um do modelo 'Panamá' e outros do tipo que chamamos de 'malandrinho', que em geral nos fins de semana uso. Nas décadas de 1950 e 1960 era muito natural os homens usarem chapéus. Essa reatualizada de costume veio a nos trazer um pouco de lembrança de outros tempos. Mas vida que segue. Por certo tudo irá continuar como dantes no quartel de Abrantes, como dizem por aí.

Os tempos hoje são verdadeiramente outros. Os filósofos antigos, estejam onde estiverem, por certo estarão se rasgando de ódio, por verem seus conceitos mudados e/ou abandonados, pela geração atual. Mas acredito que esse processo será sempre desse jeito. Daqui a sessenta anos, tudo será diferente de hoje, também. Isso foi, é, e será sempre assim. A isso é o que chamamos de evolução.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 20/09/2012
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