Eu, ela e eles
 

     Acordei toda animada nesta sexta-feira, algo não muito convencional, já que neste dia da semana já me encontro exausta. Mais a minha intuição me alertava que esse seria o dia perfeito para encontrá-los. E ela, minha intuição nunca falha, eu é que as vezes costumo não ouvi-la. 
     Cheguei ao trabalho com os ouvidos afiados e neste dia não era para ouvir o canto dos bem-te-vis ou qualquer outro pássaro que sempre aparece para enfeitar o dia, nem tão menos para ouvir a algazarra da criançada quando se reúnem para brincar. O som que eu esperava era aquele que há dias buscava, mas, que há tempos não se fazia ouvir. Porém, não demorou muito para que eu ouvisse os primeiros assobios dos danadinhos. Comentei com uma amiga na hora do intervalo que havia trazido a câmera e nesse dia não seria para fotografar as crianças, e muito menos a mim mesma, além do que não gosto muito de tirar fotos pela manhã, a menos que eu esteja em uma praia. Após, meu comentário me surpreendi com a pergunta da minha colega: você gosta de animais? 
     É óbvio, que todos nós gostamos de animais, mas, havia algo mais naquela indagação. O fato era por que fotografar um animal? O que há de tão especial nisso? Apenas, respondi: sim, gosto. Interiormente eu fiquei a me perguntar, será que somente eu acho tão especial assim consegui tirar uma foto de um sagüi? Será que seria considerada boba por ter este sentimento pelos animais?
  Logo, parei de tentar responder as minhas perguntas, precisava resolver algo do outro lado da escola. Saímos, eu e mais duas colegas, além da câmera que levava a tiracolo, sabia que iria encontrá-los. E realmente os encontrei, logo após cruzar o primeiro portão. Podia ouvir a animação das crianças e depois o comentário da minha colega: bem que você disse que hoje eles apareceriam...
     Para mim estava no papo bater aquela foto, eles estavam nas árvores baixas e cruzavam o portão do estacionamento. Eu estava pertinho deles, porém, o alvoroço da criançada logo os espantariam dali, eu precisava ser rápida. No entanto, sabia que a pressa é inimiga da perfeição. Os macaquinhos pulavam e corriam mais do que tudo, assustados com os gritos de alegria das crianças. Aproximei-me pedindo que fizessem silêncio para que eles não fugissem. Algo quase impossível. Tentei dá um zoom para não afastá-los mais ainda e acabei apertando do lado errado do botão. Quando me dei conta eles já haviam se distanciado, arrisquei mesmo assim, já que havia encontrado o botão certo.
     Um e dois cliques e eles correm pelo fio de energia para as árvores mais altas, tudo bem! Resolvo segui-los. Agora sozinha, pois, para lá as crianças não poderiam me acompanhar. Quem sabe com um pouco de sorte eles não desceriam para os galhos mais baixos? Engano meu, eles agora queriam sossego. Já havia rolado muita adrenalina naquele dia. E como meu tempo era curto, pois logo, teria que retornar a sala de aula, resolvi clicar assim mesmo. 
   Acho que a foto não ficou tão mal assim. A coloquei no face e um amigo perguntou se minha câmera era profissional ou semi profissional. Então, conclui que deve ter ficado mais ou menos, já que a minha câmera não é nem semi. Aliás, acabei descobrindo que ele também gosta de tirar fotos de animais, e até tem umas do sagüi da escola. Sua câmera é semi e ele conseguiu fotos bem mais próximas dos macaquinhos. Até as postou no seu site de fotografias.
    Fiquei satisfeita com as fotos que consegui e mais ainda pelo contato com esses animalzinhos. Descobri que realmente gosto desse contato com a natureza, isso alimenta o meu espírito. Espero conseguir outras bem melhores, quem sabe da próxima vez eu lembre de levar uma banana...




Véi diz aí, a criançada já se foi?


 
Saida pela direita!
 



Eu quero sossego...

 

Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 22/09/2012
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T3895118
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