PRÁ LÁ E PRÁ CÁ

Prá lá e pra cá... os pés doiam e o corpo era um embalo só. Nos braços estava o anjinho que parara de chorar mas que em vez de dormir, cravava na mãe aqueles dois olhinhos de um castanho que se perdiam entre um imenso par de cílios.

Prá lá e pra cá... a música continuava. pé direito para lá, pé esquerdo prá cá. Era uma mistura de rítmo e enlevo. Ali ela embalava e ali ela antevia todos os possíveis caminhos que aquela criança pequenina percorreria. Todas as possibilidades que surgiriam num mundo onde, ela ao ritmo de prá lá e pra cá, não tinha tanta certeza de que seria azul da cor do manto de Maria, para quem nesse momento pedia muita proteção.

Prá lá e pra cá... ela embalava. Mas a menina não adormecia parecendo querer fazer um dueto àquela cantoria toda. A mãe parecia esquecer-se da filha ali em seus braços e viajar para um futuro distante, onde procurava antever sua filha já adulta. Como seria ela mulher? Qual seria seu estilo? Seria um romântica sonhadora ou quem sabe uma alma aventureira que gostasse de brincos e colares longos, uma hippie!! ou quem sabe ainda uma jovem empreendedora, uma executiva?? claro que àqueles devaneios de mãe juntava-se sempre o desejo de felicidades.

E assim no embalo do pequeno mantra, prá lá e prá cá, que era uma verdadeira canção de ninar, a mãe misturava o prazer do contato com o corpo pequenino às fantasias que se permitia, no tempo que fugia de tantos afazeres e vivia ali um momento mágico, que ela talvez nem tivesse na hora , o devido entendimento. E assim entre sonhos e felizes previsões aquela mãe absorvida nas suas criações nem percebia que a menina dormia...prá lá e pra cá...

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ATENÇÃO!!

Sugiro a Leitura do Texto

"HÁ!! SERIA BOM COMEÇAR DE NOVO ALGUMAS HISTÓRIAS"

Publicado pelo Recantista ILMAR

Em 21.09.2012

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 22/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3896008
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