Quando escrever é um vício...

Às vezes acordo, no meio da noite, e fico a me indagar o que poderia fazer nas altas horas, no meu reduto, longe da balada, da agitação e no puro silêncio... A televisão poderia ser uma ótima companheira, presente em todos os momentos e com programações fantásticas... Penso em bater papo, mas a grande maioria, se não todos, está dormindo... É nessas horas que percebo a impotência das redes sociais, e, de devagarzinho, a solidão toma conta daqueles momentos...

Desde criança, quando não existia internet comercial, e, por falta de opções, aliado a minha teimosia em dormir tarde, não via outra alternativa se não dedilhar letras e mais letras e de contruir frases, de expor pensamentos, sentimentos e sensações...

Eu escolho tais horas para escrever meus textos, meus artigos e expor os meus pensamentos. Aquela solidão que era contagiante, passa a não mais ter força e tenho a minha escrita como uma arma, como uma companheira de todas as horas...

Não é a toa que escolhi Direito, e não foi por uma questão de modismo ou de interesse, mas pelo gosto de escrever, de articular idéias, de construir, se não for um por meio de um diálogo, mas pelo menos por um monólogo... Não importa que tipo de jargão, se carregado de gírias, de expressões populares, ou de palavres doces, ou então técnicas. A escrita simplismente é, para mim, a melhor das invenções que a humanidade já construiu...

Às vezes olho admirado para a natureza dos bichos, com a sua sabedoria milenar, com os seus caprichos, e longe da maldade humana, mas eu, no meu vício de escrever, de expressar idéias, de bater um bom papo, se não for com a pessoa amada, mas com os meus queridos amigos, prefiri mesmo ter nascido bicho gente e assim morrer...