Somos o que passamos

Há muito, observo que pessoas que voltam a morar no Brasil, depois de terem passado uns anos fora, tornam-se pessoas duplas. Elas absorvem, embora em graus diferentes, a cultura dos países onde viveram, porém ainda são basicamente brasileiras. Este fenômeno sociocultural dos brasileiros-estrangeiros caracterizam-se à primeira vista pela inserção de costumes que vão desde roupas até gestos sutis e, principalmente as torna meio que expectadoras, como se estivessem sempre comparando, buscando na memória semelhanças e diferenças no que vêm por aqui quando retornam. É como se precisassem de um “adaptador” para funcionarem. É compreensível, sobretudo porque, imersa em outra cultura de forma integral como é o recomendável, as pessoas passam a “pensar” no idioma no qual vivem quando lá estão. Evidentemente parecem ir se readaptando lentamente. Essa espécie de divisão do ser também ocorre quando a gente muda de estado dentro do país mesmo, entretanto, como o traço cultural maior é o nacional, este prevalece com mais intensidade fazendo com que as mudanças sejam proporcionalmente menores.