Os dias que me são destinados tem me pregados tantas peças que mesmo que eu quisesse cataloga-lás, seria meio que impossível pelo turbilhão de pensamentos e flashs que minha máquina de entendimento consegue processar. Ainda fico cansada de pensar demais e explanar tantos ensaios sobre a vida que eu deveria ter vivido.

Ontem pela manhã, fui contemplada com uma intocável cena que me passeava pelas ruelas que minha consciencia, que ainda insistia em refletir sobre o sol frio de uma manhã de sábado. Todos os sabados deveriam ser mornos, nem quentes nem frios, pois eles podem causar um grande estrago numa semana que se põe a começar num domingo.

Cenas vividas, em um tímido sorriso e a procura de um menino no auge do seu 2 anos e meio de idade, que se encantou com uma simples menina de 5 anos, na fila de espera do médico pediatra. Ambos se encantaram na simples brincadeira de pega-pega. Ele com suas bota ortopédica e ainda passos incertos, trazia consigo um sorriso encantador estampado na pele branca e lisa, beirado oas olhos e cabelos negros de sua doce infancia.

Tal menina trazia consigo a pele morena do encanto olhar, que levava aquém fosse admirá-la pelos leves e soltos cachos de seus cabelos que ondulavam o fascinio olhar do pequeno menino. Em suas risadas e cumplicidades de criança, presenciava-se o encanto de ambos. As crianças podem amar, sem possuir vulgaridade. O amor está presente no companheiros e na cumplicidade entre duas criaturas que se põe a viver ele, sem que seus proprios egos o abalem.

Assim, foi o primeiro amor, desse menino que partiu, perdido na saída da sala do médico, procurava incensantemente a pequena menina. Por voltas na cadeira, procuras em baixo de um banco, batidas na parede e um balbuciar de palavras não entendidas, ele se pois a chorar no colo da mãe, que o levou para casa.

Confesso que passei o dia inteiro com essa cena na cabeça. De como a vida é tão cheia de nuances e faz com que certas coisas nos afaste de outras. Mais são apenas "Ensaios", nada de tão concreto me foi posto a comentar.

A vida é assim, como o proprio amor, ou aquilo que julgam ser amor. Um dia ele aparece, pode até ser na fila do médico pediatra. Só na sabemos se ele durará mais do que meia hora ou anos.

Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 29/09/2012
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