As artes e lições da guerra

Quando eu estagiava, um colega meu me sugeriu diversos livros que, a princípio, eram perturbadores: Um 1984 aqui, um Leibstandarte acolá, dentre outros livros, sobre guerras e poder estatal... Dessas sugestões, uma que ficou marcada foi sobre a questão das estratégias de guerra usadas pela Alemanha...

Adianto que não sou simpatizante da política alemã, que, por certo, foi um capítulo vergonhoso e desastroso em nossa História. No entanto, vou tecer algumas considerações, e alguns conceitos superficiais básicos sobre a arte da guerra e que podem ser usados no nosso dia-a-dia...

Como sabemos, a guerra envolve um litígio entre dois ou mais países e que disputam entre si poderes, mercados e influência. Para ser vitorioso, um país deve conhecer a logística e a arte de vencer o oponente... É claro que, cada caso é um caso, e há muitas circunstâncias evolvidas, desde o clima, o terreno e outras armadilhas. Agora, há coisas que não mudam e que podemos invocar como princípios...

Adiantamos que há uma diferença enorme entre táticas e estratégias. As primeiras dizem respeito a circunstâncias corriqueiras, banais e circunstanciais e que podem ser mudadas conforme o talante dos ventos, ou de acordo com o desenvolvimento da “música”, no sentido de vencer um obstáculo imediato. Da mesma sorte, as táticas não aspiram resolver, ou galgar o resultado final, mas uma etapa decisiva. A tática persegue uma verdadeira pequena vitória, sabem, daquelas que são comemoradas no dia-a-dia, tais como educar os filhos, rever os antigos amigos, realizar um bom trabalho, etc. Já as estratégias são antevistas com bastante antecedência; são estudadas e levam em consideração o todo que, no caso da guerra, seria ela mesma. Pensar na previdência e na velhice, fazer uma poupança e patrimônio, seriam, com certeza, assuntos estratégicos em nossas vidas. Nesses passos, a estratégia seria o conjunto e a tática, um degrau decisivo rumo à realização de nossos sonhos...

Mas não paramos por aí! Relembrando aqueles livros de guerra da Alemanha, eu invoco o expediente que ela usou para vencer muitos momentos decisivos. Está certo que a Alemanha perdeu a Guerra, mas quem pudera mexer com tantos inimigos ao mesmo tempo. Seria isso uma tarefa de Deuses, ou uma batalha no Olimpo? A Alemanha usava dois tipos de tanques de Guerra: Os Panteras e os Pantzer. Para vencer o inimigo, primeiro eram utilizadas artilharias leves, quer seja, entrava com os Panteras, e desarticulava boa parte das armadas inimigas em campo; depois vinha as artilharias pesadas, por meio dos Pantzer, e fazia o resto do serviço...

Em nossas vidas, para que serviria esse tipo de lição macabra? Em primeiro, que devemos começar as nossas vidas devagarzinho, e que não devemos gastar nossas espoletas na primeira oportunidade... Dessa forma, não somos pegos de calças curtas, nem há uma possibilidade de sermos subestimados em nossos potenciais. A nossa substância, o melhor de nós mesmos, usamos oportunamente, quer seja no ambiente profissional, quer seja no pessoal, ou no amoroso...

É claro que, nem tudo na vida é uma guerra, mas nada nela é conquistada sem esforço. Então, devemos nos valer de valiosos recursos para galgar passos mais largos e realizarmos os nossos potenciais... Transformar sonho em realidade é uma tarefa diária que requer muito planejamento e ações decisivas. Para transformá-los, só existe um inimigo a ser vencido, que não é externo, mas nós mesmos, mas que devemos superarmos todos os dias...