LILICA MORREU

Atendo o telefone logo cedo, na hora do desjejum e ouço a voz chorosa da minha "Princesa" Ana Claudia, falando de Jundiaí/SP, donde chegamos recentemente.

"- Papai, a "Lilica" morreu! Hoje cedinho o Guilherme (meu neto de 12 anos) foi até a área externa da casa e a viu esticada sob a mesa frontal à churrasqueira, com sangue escorrendo das suas narinas! ..." - e desabou em prantos.

A cachorrinha branca e peluda, uma mini-poodle doce e carinhosa, estava com a familia há 9 anos, tendo chegado filhote ainda. Estaria pois com 63 anos, segundo os entendidos pois cada ano de vida desse animal equivale a sete do ser humano.

Antes dela, Ana Claudia foi dona, ainda no Recife/PE, de um cãozinho "Pinscher" que morreu durante operação para redução de suas orelhas. O veterinário barbeirou na dose da anestesia, o animal teve um choque e não resistiu. Aí veio um "Fox-Paulistinha" (o "terrier brasileiro"), malhado de preto e branco, muito inteligente mas que tinha a mania de fazer xixi e cocô no tapete de entrada do vizinho do apartamento de cima. Desfizemo-nos dele e a paz voltou a reinar no condomínio.

Quando residíamos em Anápolis/GO, numa casa grande, demos a Aninha uma cadela "Dálmata", filhote ainda, a "ALPHA", linda, amiga e companheira, mas estabanada que só ela. Chegou a arrastar o meu caçula Daniel pelo terreiro, o qual tentou conduzí-la presa à corrente.

O pequenino caiu, teve seus joelhos esfolados, foi arrastado, pois não largava a corrente e chorou por demais.

Já casada e morando em Jundiaí/SP, Ana Claudia ganhou do marido Décio a "CACAU", cadela da raça "Labrador", de gênio dócil mas igualmente estabanada como a "ALPHA". A "CACAU" era de pelo liso, marron chocolate escuro, grandes olhos verders, límpidos, pupilas cintilantes, um belo animal. Mas ela cresceu muito e ficou dificil de ser contida, inclusive pelas crianças (volta e meia, atropelava uma), o que motivou a sua venda.

Aí chegou a "LILICA", que só alegrou a vida de todos da casa, começando pela "Princesa Ana", sua dona, por todos esses nove anos. Não procriou, teve que fazer uma histerectomia, retirando o útero. Engordou muito, virou uma bolinha branca peluda e agora, velha e cansada, partiu para outros planos, deixando um vazio e muita saudade entre todos nós.

Foi enterrada no jardim da casa deles, próximo ao pé de jabuticabas, num local que adorava e a Ana Claudia garante que tão cedo não quer outro cachorrinho, para evitar tamanho sofrimento.

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 01/10/12

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RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 02/10/2012
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T3912041
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