JOGADOS AO LÉU

Terça-Feira, 26 de Junho de 2012

JOGADOS AO LÉU

Penso ser um fator intrínseco uma pessoa assistir televisão diariamente. Desde novelas a noticiários. Com relação a este último, acredito que a maior parte delas não gosta do que vê. Creio, até, que muitas dessas pessoas fiquem chocada com o número de notícias desagradáveis que assistem. A maioria delas envolvem crimes e barbaridades diversas, fatos esses que tiram a serenidade de qualquer um.

Pela parte que me toca, assumo que já não aguento mais assistir noticiários e reportagens dessas notícias que circulam diariamente na imprensa. Principalmente as relativas a combates da polícia aos bandidos, bem como o órgão da Prefeitura que é responsável pelo serviço de retirada de pessoas abandonadas pelas ruas, os conhecidos mendigos.

Periodicamente, a Prefeitura escolhe um lugar e efetua a retirada dessas pessoas da rua, levando-as para instituições que abrigam e/ou amparam essa gente, mas alguns dias depois elas voltam à mesma situação anterior. E já tive a oportunidade de conversar com algumas dessas pessoas que me relataram sentir-se melhor fora do que lá nessas instituições. As razões são várias, mas a que achei impressionante foi elas falarem que passam por muita violência entre elas mesmas, lá dentro, a ponto de uma queimar à outra. Daí que preferem viver do modo como vivem, nas ruas.

Não sou psicólogo, assistente social ou qualquer outra função pertinente a esse tipo de serviço, mas como sou atento às coisas que acontecem ao meu redor, cheguei à conclusão que o trabalho que esses órgãos desenvolvem no tocante a buscar soluções para essas circunstâncias e as referidas pessoas envolvidas nelas, está aquém do necessário. A começar em descobrir o porquê dessas pessoas chegarem onde chegaram.

Imaginem uma pessoa não ter um lar, uma família, um trabalho e nem nada que lhes possa garantir uma vida com as mínimas condições de existência, de que forma ela pode agir a não ser criando problemas para as demais? Se perderam todas as referências e condições de uma vida normal, como podem agir diferente disso? Transformam-se em animais. E sabemos que os animais, hoje, paradoxalmente, são tratados de forma muito melhor que elas.

Sabendo-se, também, que a maioria dessas pessoas vêm de lugares distantes, quase sempre de outros estados , onde a vida lá não lhes dá quase nenhuma chance, o ponto principal nesta questão seria buscar alternativa de prepará-los durante um certo tempo, para fazer com que voltem para suas terras natais, possuindo melhores condições técnicas, digamos, para poderem ocupar uma vaga profissional lá onde estão as suas origens.

Acredito que existam condições para uma alternativa como essa, bastando que a classe política volte-se tão somente para administrar as verbas destinadas a isso, de forma racional e honesta, sem promover desvios das mesmas para contas correntes fantasmas e paraísos fiscais, como tomamos conhecimento de fatos pertinentes à essas práticas, através da imprensa. Como diriam por aí: " É tudo uma questão de vontade política."

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 03/10/2012
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