Não era dia de bolo!

Preparar um bolo e saboreá-lo com café na companhia da família ou de amigos é um grande prazer que quase todos nós apreciamos. Luzia tem um caderno com receitas variadas de bolos doces e salgados. Mas a página onde está a receita do “bolo econômico” já está amarelecida, pois, embora saiba-a de cor, por segurança, sempre confere a receita para não cometer erros. Fazer bolo parece fácil, mas tem uns truques a observar. Desde a escolha dos ingredientes, a temperatura do forno, a hora ideal de abrir o forno e outras particularidades mais, pertinentes a cada receita. E para evitar qualquer transtorno é fundamental que todos os ingredientes estejam à mostra antes de iniciar qualquer receita. E isto não se aplica somente para a confecção de um bolo.

Outro dia, Luzia foi à cozinha com a firme determinação de fazer um delicioso bolo para o lanche da tarde. Iria chamar os seus netos Marcos Vinícius, João Paulo e João Pedro para fazer-lhe companhia no sagrado momento da degustação. Os netos iriam amar a idéia, sabiam do dom da avó na confecção de bolos.

E cantarolando estava ela na cozinha abrindo o livro de receita. Naquele dia a famosa boleira teve um lapso de memória e esqueceu-se do grande detalhe de reunir primeiro todos os ingredientes que ira usar. Talvez ela estivesse confiante demais em seu dom e começou de imediato a confecção. Colocou o liquidificador em cima da pia. Pegou o tabuleiro, untou-o e polvilhou-o com farinha de rosca. Ligou o forno para o aquecimento prévio.

Buscou os ovos na geladeira, quebrou-os, um a um, colocando-os no liquidificador. Buscou a manteiga, o açúcar, uma pitada de sal e bateu-os junto aos ovos. Chegou a vez do leite. Tudo certo. Um pouco de queijo ralado deixaria o bolo mais gostoso. O problema foi na hora de adicionar a farinha de trigo, a qual não completou a medida. Procurou a maisena e esta também estava no restinho. O jeito foi completar com fubá. Bateu tudo muito bem, colocou o fermento, misturando-o à massa, com suavidade, que foi em seguida para a assadeira e esta para o forno.

Conferiu as horas, pois Luzia sabe muito bem que nos primeiros vinte minutos não se deve abrir o forno, ou o bolo pode solar.

Enquanto esperava o bolo assar, adiantou o crochê que fazia para o Bazar da Vovó. E, decorrido o tempo previsto, vai a cozinheira verificar o andamento do bolo e viu com decepção que o gás havia acabado logo nos primeiros minutos e estava lá a massa do bolo crua no fundo da forma. Sem conserto!

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"Bato palmas de alegria"

Com a chegada de Frei Dimão

Em minha humilde moradia

pra comer bolo de limão.

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Crônica saborosa assaz

eu sabia que ia dar rolo

mas nunca pensei fosse o gás,

o vilão que daria o bolo.

Frei Dimão

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 04/10/2012
Reeditado em 29/10/2012
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