História de Anjo

(Para minha amiga Isabel)

Eu nasci anjo. Um ser de luz e amor. Eu tinha asas, asas que me permitiam voar, voar até onde pudesse ir.

Eu me vi acordando com o sol quentinho na minha nuvem. Sacudi minhas asas e voei alto, bem alto até onde me deu vontade. Nesse instante senti minha asa direita pesada, tentei controlar até que consegui, mas no instante seguinte ela voltou a pesar daí me questionei: O que será isso? O que me acontece?

Como era um anjo recente, leigo no assunto, não percebia que ela pedia que me virasse para o lado direito. Daí, ao virar, senti algo me puxando para baixo desci em uma velocidade que achei que iria me esborrachar no chão, mas a velocidade diminuiu, diminuiu e eu fui notando em uma grande parque repleto de árvores a presença de uma pessoa.

Eu sabia que o meu destino era junto a alguém, pois, na nuvem em que eu morava há alguns anos moravam outros anjos e todos eles já tinham encontrado seu destino ao lado de uma pessoa.

Pensei: será que é a minha vez? Não fui direto à pessoa, observei seus movimentos suas feições, seu lindo sorriso, ela vestia um grande sobretudo branco, que a aquecia do frio matinal.

Decidi então ir ao seu encontro. Parei em sua frente ela se assustou, pedi que não o fizesse e ela compreendeu, contei que era um anjo a procura de um companheiro para desbravar o destino que me foi dado. Expliquei que como era um anjo essa companhia tinha de ser uma pessoa, e que acreditava que ela era a escolhida do poderoso para o meu destino, ela sorriu e disse: você tem certeza? Posso não ser o que você imagina.

A tristeza nutriu meu peito pensei em voar, mas as asas não obedeciam, perguntei se queria voar comigo só por uns minutos para me fazer companhia ela relutou dizendo que não, mas acabou aceitando meu convite. Voamos alto ela parecia não temer a altura – olha que mesmo eu, anjo, tinha lá meus medos de altura. Ao passar por perto de uma nuvem cinzenta deixei sem querer que ela escapasse por entre os meus dedos, o desespero me abateu e voei em seu resgate.

Ela não gritava e nem parecia nervosa. De repente jogou fora o sobretudo que vestia e pude notar duas grandes asas brilhantes. Esse era o segredo daquela menina risonha. Ela era um anjo.

Ao pousar no chão ela esperou o meu pouso e como se já soubesse o que iria dizer, disse: Sim sou um anjo. O seu anjo da guarda. Meu espanto foi tremendo naquele momento, mas uma vez, pressentindo meu questionamento, ela disse: Sim, você está se perguntando como pode um anjo ser anjo da guarda de outro anjo, a resposta é que tudo isso é um sonho, na realidade eu sou sua protegida e você é o meu anjo, e estou aqui em uma missão que o poderoso me enviou para dizer que sua hora chegou, o seu destino, e queria te dizer que nesse mesmo instante estou eu sonhando que te conheço e vim te trazer uma mensagem. A mensagem que te deixa o poderoso é a seguinte:

ASSIM COMO NA MINHA REALIDADE TU ÉS UM ANJO PRA MIM NA TUA SOU EU UM ANJO PRA TI.