ELEIÇÕES

Dizem que votar é um direito e uma obrigação do cidadão.

Começo logo a desconfiar quando se junta direito e obrigação, coisas que para mim são opostas. Se eu tenho o direito de votar, pressupõe-se, de imediato, que também tenha a opção de não votar.

Mas isso é preciosismo, dirão alguns, e em nada muda a finalidade maior que é a de escolher mandatários para defender e honrar a sua confiança, tendo como único objetivo o bem-estar da sua cidade, do seu estado e da sua nação, por força dos efeitos colaterais das decisões tomadas em cada área sabidamente centralizadora da opinião nacional.

Queremos dizer, por exemplo, que algo aceito, aprovado, implantado no Rio de Janeiro, vai influenciar a opinião pública no resto do país, sem nenhum prurido de regionalismo nisso; é uma verdade inconteste!

Temos uma enorme responsabilidade no panorama político brasileiro; Brasília, como diria a triste figura da ex-ministra Zélia Cardoso, é "apenas um detalhe".

Nada do que acontece na capital tem valor aglutinador. Brasília é, por assim dizer, uma via de passagem e isso é tão verdadeiro que ninguém fica lá nos fins de semana.

Pois, então, acredito que se a eleição fosse, primeiramente, feita no Rio, para o bem ou para o mal, o resultado nacional refletiria essa tendência.

É verdade ou estou, como se diz modernamente, surtando?

Deixo a cada um o julgamento.

Agora, olhem bem, amanhã estaremos elegendo vereadores, que são o embrião do legislativo nacional, e o prefeito desta nossa mui e heroica cidade.

Teoricamente, essa conjugação. focada no mais lídimo desejo de promover o desenvolvimento da sua cidade e do seu estado, seria harmônica e vividamente atuante; seus membros intelectual e profissionalmente capacitados para o exercício de suas funções, com conduta ilibada e acendrado espírito de brasilidade, deveriam dar todo seu esforço para lograr exito. Para isso foram eleitos.

Mas o que se vê, mas o que eu presenciei ao longo da minha existência?

Disputas e divagações pueris, altercações e sujo jogo partidário, atropelo desacerbado pelo poder, desonestidade, corrupção e um único desejo encoberto por palavras fúteis: enriquecer o mais rapidamente possível.

Quando me deparo com uma verdadeira corja de subpolíticos, alcunhados com nomes que, por si só dizem bem do que pretendem, minha descrença, se isso é possível, aumenta exponencialmente.

Só em pensar que o Zezinho do Posto vai defender os direitos dos frentistas, como se isso fosse a razão maior das nossas mazelas, me dá uma tristeza tão grande que só um choro solene ou uma violenta reação pode aplacar.

Essa ânsia de poder, para o que se gastam vultosas quantias, já deveria acender a luzinha da desconfiança. Como honrar toda essa despesa, contando, apenas, com os vencimentos do cargo?

Qual é, amigo, gritarão muitos? Isso é contribuição de campanha.

Amigos, eu sou igual a macaco velho; não vou meter a mão nessa cumbuca!

A única pessoa que dá sem nada pretender em troca é mãe! E, ao que me consta, político é órfão!

Amanhã o meu voto será o mais limpo da minha vida; vou votar no único candidato que não vai sujar nada; VOU VOTAR EM BRANCO!

(não deixe de ler o colega Roberto - O cronista)
Com prazer, publico a interação da colega Sonia Lodiferle
A traça corrói a roupa,
Cupim corrói a madeira,
A corrupção não poupa,
Corrói a nação inteira.
                                                  Obrigado pela trova.

paulo rego
Enviado por paulo rego em 06/10/2012
Reeditado em 08/10/2012
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