O MUNDO VIRTUAL DA DECEPÇÃO

Amiúde ouço estórias desse mundo virtual, e geralmente estórias de decepção amorosa, como um caso que recentemente tomei conhecimento. Como diz a letra de uma música do grande Martinho da Vila “Foi tudo começando bem....” Sempre tudo começa bem, e no palco virtual a escrita é a arma da sedução. Incautamente muitas pessoas iludem-se com o canto da sereia ou do boto, reflexo da carência afetiva. É impressionante como existem pessoas carentes que fazem do computador o remédio para aliviar depressões, e tome sites de relacionamento, salas de bate papo, sites de interatividade poética, e por aí vai.

A virtualidade é um mar onde navega todo tipo de embarcação, do frágil barquinho ao navio de guerra, dos belos peixinhos ornamentais ao temível predador. Esses predadores são anjos com asas do diabo, se é que o demo tem asas, penso que sim, pois Lúcifer foi anjo iluminado, agora continua anjo, mas do mal. Para atrair sua presa esses famintos predadores armam um grande cenário de ilusão ótica e em pouco tempo obtém o que quer. Depois que Inês é morta, nova vítima será estudada.

É preciso cautela, bom senso, não se deixe levar pela sedução de textos fascinantes ou por palavras belas (por falar em palavras belas... Ah! Isso é outra estória), posto que a virtualidade esconde rostos, corações, intenções e no anonimato os ratos ou ratazanas agem.

Se você sofreu humilhação amorosa por conta da virtualidade, levanta, sacode a poeira e dá volta por cima, com a cabeça erguida, porque o algoz há muito não consegue mais olhar o céu.

ANDRADE JORGE