DONA MURTA



                                   Imagem Google

 
Pois é... Dona Murta, na calçada da rua, costuma sempre amanhecer cheia  de novidades. Ah, errou quem pensou em inocentes ninhos de passarinhos! Miúdas, delicadas e aromáticas florezinhas brancas? Passou longe! Os ‘enfeites’ são outros: jornal com notícias de longe, sacolas plásticas (fruto da ventania da noite) e até — imagine — partes de vestuários! Que gosto é esse? Muito íntimo isso, não? Onde já se viu deixar parte das roupas por onde se anda? As pessoas são realmente surpreendentes...
 
Comuns também, as latinhas de refrigerante, os maços vazios de cigarro, os palitos de fósforos e as mais curiosas embalagens. Estranha esta ideia: enquanto o morador passeia nos braços de Morfeu, remanescentes da madrugada elegem sua calçada para namorar ou filosofar. Ali, no espaço-gourmet-lazer-cultural-filosófico-da-rua, ilustres e desconhecidos notívagos ‘proseiam’ à solta, enquanto fumam, bebericam e degustam deliciosos baconzitos e batatas fritas.  No dia seguinte, batata! Um pouquinho do banquete pra dona da casa — limpar, é claro!
 
Ontem houve festa nas imediações, e pelo jeito foi das boas... Dona Murta foi quem fez a denúncia: amanheceu toda decorada com garrafas de vodka e wisque, e até um balão azul, amarrado a um galho, tremulando ao vento, olha só! O jeito é promover uma campanha: “Estrague a Murta e leva Multa”. Será que funciona?