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Carta Fora do Baralho


Muito comum, o candidato que não conseguiu se eleger ficar meio emburrado por uns tempos. Principalmente, em cidade pequena, onde ele se julga muito conhecido e muito importante. Mais fácil que admitir a derrota, é começar a se achar injustiçado. Aí, o jeito é falar que as pessoas são falsas, traidoras e etecétera...
 
Engraçado como o humor do “perdedor” muda radicalmente. Antes, no calçadão da caminhada, eram só sorrisos e acenos de mão  que, em outra linguagem, queriam dizer: conto com seu voto, viu? A simpatia em pessoa... Agora? Ah, agora a cara é um limão! Olho no chão, passo firme e nem tchum para um simples bom dia, nem que seja só por educação...
 
Azar destes tolos que se acham os tais! Eleição não se ganha em três meses. A verdadeira campanha é feita em longo prazo, quando todas as chances de mostrar o que podem fazer estão dando sopa! Mas  acham que em 90 dias de bombardeio vão resolver tudo: colocam mil carros de som azucrinando a paciência do eleitor e jogam trilhões de santinhos pelo muro transformando o gramado num mar de papel voando pra lá e pra cá, o dia inteiro...
 
Não sabem fazer política, os “derrotados”. E política não é, nem nunca foi, coisa ruim. Muito pelo contrário, quando não foge ao seu papel, ela é essencial para promover o bem-comum e melhorar a vida das pessoas. Os candidatos só precisam entender que o povo vai cansando. Não dá pra colocar crédito em quem não sabe o que fazer com ele.
 
Aí, vem o desastre (para o candidato, não para o povo)... Quando muito ganha o próprio voto... Ou nenhum, como aconteceu por aqui: o pobre era tão desinformado que achou que não podia votar em si mesmo (risos inevitáveis). Ah, desemburra essa cara e vai tratar de fazer alguma coisa boa! Pirraça é pura bobagem... O trem descarrilou, a oportunidade virou fumaça... E depois, é isso: quem não sabe perder não merece mesmo ganhar...